Olavo de Carvalho, sem ‘boquinha’ e ‘rachadinha’, pressiona Bolsonaro


O jornalista Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro, anunciou o rompimento com governo e orientou os seguidores para que deixem os cargos ocupados nos ministérios da Educação e da Relações Exteriores. O pedido também foi estendido aos ministros Vélez Rodriguez (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) que seguem, por ora, nas funções. Olavo disse ainda que “o governo está infiltrado por gente que trai Bolsonaro”.

O movimento de Olavo de Carvalho é uma reação ao crescente protagonismo do vice-presidente Hamilton Mourão, que com apoio do núcleo de generais do Planalto, enquadrou o ministro Ernesto Araújo.

O segundo movimento, ocultado por Olavo, é mais prosaico e objetivo: O guru quer prosperar e fazer negócios. Em alegada dificuldades financeiras, Olavo de Carvalho se ofereceu, logo nos primeiros dias de governo, para ser embaixador do Brasil em Washington, o que não vingou. A partir daí, em parceria com Steve Bannon, enveredou para uma guerrilha nos bastidores contra o general Mourão, tido pelo grupo mais fundamentalista como um agente infiltrado do “globalismo” no governo bolsonarista.

No momento, sem cargo no governo e sem a “rachadinha” dos negócios, Olavo aposta na pressão junto aos filhos do presidente para arrancar algum novo espaço ou concessão para atingir as suas pretensões.

Enquanto isso, atira em Mourão e nos militares para acertar com Bolsonaro.