Não é de hoje que o Congresso Nacional tenta estourar a caixa-preta do Sistema S cujas entidades são materializadas, aqui no estado, pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e, em São Paulo, pela sua congênere Fiesp.
O Sistema S funciona como um “principado” que ninguém controla, independente, embora ele receba anualmente bilhões em recursos públicos.
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), relator de receitas da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2018, estima que a “caixa-preta” engordou até outubro deste ano R$ 13,6 bilhões em recursos arrecadados por meio de impostos.
Durante o processo de impeachment o sistema S foi denunciado por operar a compra de parlamentares para votar contra Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Há vários relatos nesse sentido.
Se os Sistema S compra lá e acolá, por que não compraria deputados e vereadores por aqui e ali também?
É nesse contexto de desvio de finalidade que o senador Ataídes propôs recentemente um projeto para acabar com repasses governamentais para Sesi, Senai, Sesc, Senar, Senac, Sest, Senat, Sebrae, Sescoop.
Essas entidades recebem repasses do governo com a missão de oferecer qualificação profissional, educação, cultura, e serviços de saúde e lazer para os trabalhadores. Mas, como visto no ano passado, elas têm preferido fazer política e ajudar em golpes contra a democracia e os trabalhadores.
“A corrupção no Sistema S é caso de polícia”, denunciou em várias oportunidades o senador Ataídes Oliveira. Segundo ele, essas entidades fazem especulação no mercado financeiro com dinheiro público arrecadado. “18 bi do Sistema S vai para aplicações de banco, e isso é crime”, costuma repetir o parlamentar.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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