Veja como seria o golpe do parlamentarismo proposto por Temer.
Daqui a dez dias, o ilegítimo Michel Temer pretende dar início ao que podemos chamar de ‘terceiro golpe’ nas instituições brasileiras, o parlamentarismo, para vigorar a partir de 2018. A proposta dar-se-á pela reforma política em discussão no Congresso Nacional.
Antes, porém, é fundamental que tenhamos claro os dois golpes havidos anteriormente: 1- o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff e 2- o desmonte do Estado Social e a consequente retirada de direitos dos trabalhadores (vide a reforma trabalhista).
Dito isto, voltemos à terceira fase do golpe de Estado, o parlamentarismo.
A ideia de parlamentarismo do Tinhoso teria similaridade com o modelo alemão que prevê um parlamento, um presidente da República e um primeiro-ministro.
O parlamento seria composto pelo Congresso Nacional, Câmara e Senado, nos moldes atuais, sendo os deputados eleitos proporcionalmente e os senadores majoritariamente representando os 26 estados e o Distrito Federal.
O primeiro-ministro seria eleito pelo Congresso Nacional – esse mesmo que na quarta-feira (2) arquivou o pedido de investigação contra Michel Temer por corrupção passiva e vende o país.
Por esse parlamento patronal, eleito por esquemas de empresas e bancos, o próprio Michel Temer teria chances reais de perpetuar-se no poder “dentro da legalidade democrática” e dentro da previsão constitucional.
Portanto, Michel Temer poderia manter as atribuições de Chefe de Estado que são conferidas a um presidente da República sem precisar passar pelo crivo dos 150 milhões de eleitores brasileiros. Bastaria apenas eleger-se deputado federal pelo estado de São Paulo para pleitear o cargo de primeiro-ministro.
Temer é ruim de votos. Na última vez que disputou a Câmara por São Paulo, em 2006, ele quase ficou de fora com 99.046 votos (0,476% do total). Elegeu-se por causa da distribuição das “sobras” de votos da coligação.
Eis a lógica da terceira fase do golpe, que agora visa barrar a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
LEIA TAMBÉM:
Lula vence 2018 em todos os cenários, diz Vox Populi
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.