por Chico Marés, via Gazeta do PovoApós ser o outsider! (candidato de fora dos grandes partidos) que chegou ao segundo turno da eleição de 2012 para a prefeitura de Curitiba, Ratinho Jr. (PSC) pode repetir a façanha em 2014 caso se candidate ao governo. Atual secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, ele aparece tão forte nas pesquisas quanto os opositores mais tradicionais do governador Beto Richa (PSDB). E chega a superar o governador nas intenções de voto na região de Curitiba em todos os cenários em que aparece.
Na sexta-feira, em entrevista à Rádio Cultura de Foz do Iguaçu, Ratinho Jr. disse ter interesse em ser candidato a vice na chapa de reeleição de Richa. Nos próximos dias, peemedebistas do Paraná pretendem inclusive convidá-lo a se filiar ao PMDB para que seja o candidato a vice. Com Ratinho na chapa e filiado ao PMDB, Richa se fortalece e tira dois possíveis adversários da disputa de 2014: o próprio secretário e o senador Roberto Requião (PMDB).
O cientista político do grupo Uninter Luiz Domingos Costa avalia, porém, que Ratinho é uma incógnita na eleição. Apesar de hoje estar no governo Richa, já foi aliado do PT e tem um projeto político próprio, descolado de qualquer outro grupo político do estado. Portanto, não seria impensável um cenário no qual ele saia candidato !“ o que pode ser positivo para a oposição ao governador.
Costa avalia ainda que uma possível candidatura a vice de Ratinho pode ser prejudicial a ele em duas situações: no caso de derrota eleitoral e de um governo que chegue ao fim do mandato mal-avaliado. Para ele, caso Ratinho decida ficar no grupo de Richa, a aposta mais segura seria uma candidatura a deputado estadual ou federal !“ especula-se que ele pode voltar à Assembleia.
Recall
O diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, avalia que Ratinho tem um bom potencial eleitoral. Para ele, os números mostram que o secretário tem uma avaliação boa em Curitiba e teve um bom recall! (lembrança) dos seus eleitores na região da capital !“ ou seja, já tem votos mais fidelizados. O que pode minar sua competitividade é a rejeição, que está em 20% do eleitorado paranaense !“ menor apenas que a do senador Roberto Requião (PMDB), que é de 34%. Hidalgo avalia, entretanto, que uma rejeição nesse patamar não chega a ser um impeditivo a uma eventual candidatura.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.