Tinha um candidato (acho que a vereador de Curitiba), numa dessas eleições, que se apresentava no horário eleitoral da televisão com o seguinte bordão: “Freio de burro nessa roubalheira!”. Ou quase isso.
Mas vamos ao que interessa. A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) divulgou em sua página, na internet, que o pedágio arrecadou no Paraná a bagatela de R$ 10.550.355.500,00 entre os anos de 1998 e 2012.
Se a arrecadação das concessionárias nesses últimos dez anos foi estratosférica, o mesmo não se pode dizer do volume de investimentos das pedagiadoras, que cresceram apenas 7,4%, chegando a R$ 300 milhões em 2012.
Já o valor arrecadado aumentou 279% no mesmo período, somando R$ 1,53 bilhão somente no ano passado.
Relatório técnico divulgado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), divulgado no começo do mês de março (clique aqui para relembrar), foi enfático ao afirmar que as empresas de pedágio roubaram os paranaenses nos últimos 15 anos. O órgão recomendou aos governos federal e estadual a não renovação dos contratos de concessão.
Entidades do mundo produtivo querem aferir esses números divulgados pela ABCR. A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por exemplo, fala em instalar “pedagiômetros” por conta própria nas praças de arrecadação. Há soluções técnicas para promover esse “controle social” até mesmo via satélite.
A ideia veio à tona depois que a Assembleia Legislativa rejeitou projeto do deputado Tercílio Turini (MD), de Londrina, que previa a instalação de equipamentos para contar em tempo real a passagem de veículos nas praças, bem como informando quanto as empresas arrecadaram até aquele momento.
Mas o que intrigou mesmo no balanço publicado pelas concessionárias de pedágio foi o item “outras despesas” que compõe o preço das tarifas. O valor chega a R$ 7,3 bilhões. Afinal, que diabo é isso?
Com informações da ABCR e portal Bonde News.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.