Um terço das comarcas do Paraná não têm delegados de polícia

via Folha de Londrina

Apesar das promessas do governador Beto Richa, 53 das 161 comarcas do Paraná continuam se delegado. Os dados são da própria Polícia Civil. O resultado é que delegados acumulam a função em diversos municípios encontrando dificuldades para realizar o trabalho de investigação de crimes. Dessa forma, os inquéritos se arrastam e índice de resolubilidade dos delitos fica baixo. A sensação de impunidade e a violência só tendem a aumentar.
Apesar das promessas do governador Beto Richa, 53 das 161 comarcas do Paraná continuam sem delegado. Os dados são da própria Polícia Civil. O resultado é que delegados acumulam a função em diversos municípios encontrando dificuldades para realizar o trabalho de investigação de crimes. Dessa forma, os inquéritos se arrastam e índice de resolubilidade dos delitos fica baixo. A sensação de impunidade e a violência só tendem a aumentar.! 

Das 161 comarcas do Paraná, 53, ou 33%, não têm delegado de polícia. Atualmente trabalham no Estado 356 delegados. Os dados são da Polícia Civil do Paraná. O governo do Estado anunciou nos últimos dias a contratação de 75 novos delegados em uma tentativa de amenizar o problema. A promessa é que todas as comarcas desfalcadas terão os cargos preenchidos.

Diante dessa realidade o que se vê são delegados acumulando a função em diversos municípios e com dificuldades para realizar o trabalho de investigação de crimes. “Toda a investigação é dirigida pelo delegado e com a ausência dele o trabalho fica prejudicado. Existem profissionais que trabalham direto, sem fim de semana para poder atender várias cidades”, apontou Roberto Nascimento, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol).

Para Ademilson Batista, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), a presença do delegado o dia todo em uma mesma delegacia é fundamental. Para ele, também faltam investigadores e escrivães nas delegacias do Estado. “Todos sabem que uma das formas de diminuir a violência é aumentar o efetivo, é ter polícia na rua. Enquanto houver sensação de impunidade, os índices não vão cair”, frisou. “Não adianta só nomear delegados, é preciso [que sejam nomeados] mais investigadores e escrivães”, cobrou Nascimento.

Além dos novos delegados, o Estado anunciou também a nomeação de 413 investigadores e 48 papiloscopistas. Os contratados estão cumprindo a fase de entrega de documentos e exames médicos. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Braga Farhat, os novos delegados devem começar a trabalhar em agosto, após realizarem um curso com práticas de tiro, ações policiais, técnicas de investigação e direitos humanos. “Todas as comarcas sem delegados serão contempladas”, garantiu Farhat.

O delegado José Arnaldo Peron é titular da Delegacia de Bela Vista do Paraíso e acumula a função em Primeiro de Maio, sede de comarca, e Alvorada do Sul, todas na Região Metropolitana de Londrina. Peron não esconde a principal dificuldade para realizar o trabalho. “Você passa mais tempo se deslocando do que na própria delegacia. Pela demanda existente essas cidades necessitam de um delegado em tempo integral”, relatou.

Economia

Outra comarca pertencente a 10!ª Subdivisão Policial (SDP) sem delegado é a de Centenário do Sul. O delegado titular de Porecatu, Elizandro Correia, acumula a função no município e em outras cinco cidades da região: Florestópolis, Prado Ferreira, Miraselva, Lupionópolis e Cafeara. “Procuramos centralizar todo o trabalho nas sedes das comarcas para agilizar”, limitou-se a dizer Correia. O delegado ainda é responsável pela guarda de 65 presos em Porecatu e 25 em Centenário.

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