Trump anuncia ‘reinicialização total’ das relações EUA-China

Chineses buscam ampliar seu mercado com Brasil e Argentina, enquanto dura o impasse com os Estados Unidos

Donald Trump anunciou uma “reinicialização total” nas relações comerciais entre Estados Unidos e China, após intensas negociações em Genebra. O presidente americano celebrou o avanço nas discussões, que visam reduzir as tarifas que travaram o comércio entre as duas maiores economias do mundo.

O conflito comercial entre EUA e China começou em 2018, quando o governo Trump impôs tarifas punitivas sobre produtos chineses, alegando práticas desleais e ameaças à segurança econômica americana. Pequim respondeu com retaliações, criando um impasse que paralisou o comércio bilateral.

Ao longo dos 100 dias de governo republicano, as tarifas foram ampliadas, chegando a taxas de até 145% sobre produtos chineses importados pelos EUA e 125% sobre produtos americanos exportados para a China. A disputa provocou impactos diretos nas cadeias de suprimentos globais e alimentou temores de uma recessão econômica mundial.

As conversas em Genebra reuniram o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial americano, Jamieson Greer, com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. Após oito horas de diálogo, Trump celebrou o que chamou de “reinicialização total”, mas detalhes concretos sobre o progresso ainda não foram divulgados.

Fontes próximas às negociações indicam que os EUA pressionaram por uma redução nas tarifas chinesas e maior acesso ao mercado asiático para produtos americanos. Por outro lado, Pequim exigiu que Washington suspenda as tarifas punitivas e reconheça seu modelo econômico.

Para os EUA, a meta é reduzir o déficit comercial de US$ 295 bilhões com a China e conter o que consideram práticas comerciais predatórias de Pequim. A Casa Branca deseja que a China aumente o consumo interno e reduza sua dependência de exportações.

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Já para a China, o foco é garantir previsibilidade no comércio bilateral e evitar a escalada de tensões que comprometem o crescimento econômico. Pequim se opõe ao que considera interferência americana em suas políticas industriais e econômicas.

Embora Trump tenha comemorado um avanço nas relações, analistas permanecem céticos. A retórica de confronto ainda é forte, e os interesses divergentes permanecem evidentes.

A “reinicialização total” pode ser mais uma tática para acalmar mercados e evitar uma recessão global imediata, mas dificilmente representa uma solução definitiva para o conflito econômico entre as duas maiores potências mundiais.

Trump transformou o conflito comercial EUA-China em uma peça central de sua política externa, e qualquer progresso nas negociações terá impacto direto na economia global.

Resta saber se a “reinicialização total” anunciada é uma mudança real ou apenas uma pausa em uma guerra tarifária que continua a ameaçar o comércio mundial.

Adeus, Trump: China fortalece comércio com Brasil e Argentina

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Com a guerra tarifária de Trump, China amplia parcerias com Brasil e Argentina.

Enquanto China e EUA iniciavam negociações de alto nível em Genebra, Pequim tomou medidas para reduzir sua dependência de produtos americanos, fortalecendo acordos comerciais com o Brasil e a Argentina. O movimento é uma clara resposta estratégica ao confronto tarifário com Washington.

Pequim assinou cartas de intenção com exportadores argentinos para adquirir soja, milho e óleo vegetal, além de ampliar suas compras do Brasil. Apenas em abril, a China adquiriu 2,4 milhões de toneladas de soja brasileira, quase um terço da média mensal de importações do grão.

Além disso, uma delegação do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) visitou a Argentina, fortalecendo laços econômicos com o país sul-americano. O Brasil, por sua vez, demonstrou interesse em estabelecer parcerias sustentáveis e de longo prazo com o gigante asiático.

As tensões comerciais entre China e EUA seguem elevadas. As exportações chinesas para os EUA caíram 21% em abril, mas o comércio chinês com outros mercados cresceu 8,1%. Esse redirecionamento evidencia uma estratégia chinesa de diversificação, reduzindo a dependência do mercado americano.

Com o Brasil, a China já garantiu contratos de compra de soja que somam 2,4 milhões de toneladas. O chefe da Casa Civil da Presidência da República do Brasil, Rui Costa, visitou Pequim para reforçar as relações e explorar novas parcerias.

Na Argentina, o compromisso alcança US$ 900 milhões em soja, milho e óleo vegetal. O memorando de entendimento assinado entre o CCPIT e a Câmara de Comércio Argentina para a Ásia e o Pacífico reforça os laços comerciais sino-argentinos.

A iniciativa da China de fortalecer acordos com países sul-americanos é uma clara resposta ao cenário de incerteza nas relações com os EUA. Ao assegurar alternativas comerciais, Pequim protege sua economia contra as flutuações e retaliações tarifárias de Washington.

A disputa entre China e EUA continua a redefinir o comércio global. Para o Brasil e a Argentina, essa é uma oportunidade de fortalecer suas posições como fornecedores estratégicos de commodities para o gigante asiático.

O que você acha? Acordo real ou apenas uma trégua temporária? Como você avalia o impacto dessas novas alianças comerciais da China? Deixe seu comentário e acompanhe o Blog do Esmael para mais análises críticas.

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