Ratinho suspende volta às aulas presenciais no Paraná

  • A suspensão vale até quando houver melhora na situação de leitos e UTIs

O retorno das aulas presenciais foi suspenso na rede estadual de ensino no Paraná, segundo nota divulgada na manhã desta sexta-feira (12/3) pelo governo Ratinho Junior (PSD). A decisão veio após uma semana de tensões e debates entre APP-Sindicato, categoria e governo. Prevaleceu o bom-sendo, dizem os educadores.

O presidente do Sindicato, professor Hermes Silva Leão lamenta a forma como o governador Ratinho Junior e o secretário de Educação, Renato Feder, tratam temas tão sensíveis à população.

“Lamentamos que o governo tenha levado a situação um nível de desgaste absolutamente desnecessário durante uma semana inteira. É inadmissível que uma categoria que já vem adoecida e fragilizada tenha que suportar mais este desgaste”.

O presidente da APP-Sindicato também criticou a forma que a decisão chega para a categoria, através da imprensa novamente. “É um descaso com a categoria que vem trabalhando incessantemente para manter a oferta do ensino aos nossos estudantes”.

No último decreto, na semana passada, o governador Ratinho Junior anunciou que as escolas públicas do voltariam com o modelo híbrido (com 30% dos estudantes em sala, em um formato de revezamento) a partir da próxima segunda-feira (15). O ano letivo de 2021 iniciou no dia 18 e fevereiro de forma remota, com professores e funcionários trabalhando em casa e, muitas vezes, nas escolas.

Em nota enviada pelo secretário de Educação, Renato Feder, o novo adiamento acontece devido ao aumento no número de casos e a superlotação nos leitos dos hospitais e as aulas presenciais só serão retomadas quando houver uma melhora na situação dos leitos e UTIs no estado.

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“Foi uma decisão tardia, porém consideramos adequada para o momento. Os profissionais continuarão o trabalho de atendimento aos estudantes e o sindicato continuará cobrando estrutura para que esse atendimento seja realizado”, afirma a secretária e finanças da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto.

“Vamos continuar cobrando um calendário de vacinação em massa e também a garantia renda básica para as famílias que precisam, para assim conseguirmos um isolamento social efetivo”, reforça a dirigente da APP-Sindicato

Nesta quinta-feira (15), a direção estadual da APP-Sindicato realizou uma reunião online com a participação do cientista especialista em pandemia, Lucas Ferrante para explicar a jornalistas e lideranças locais sobre o risco do retorno presencial. Na ocasião o epidemiologista foi enfático e alertou para o risco de para uma terceira onda da doença caso crianças e adolescentes voltassem às aulas.

“Com 500 mil jovens circulando diariamente para irem às aulas, Curitiba tem tudo para se tornar o novo epicentro de uma cepa resistente à vacina. É tudo o o que não precisamos neste momento”, alertou o especialista.

Procurada pela direção do sindicato, a secretaria da Educação não havia retornado as ligações até o fechamento desta matéria.

Confira a íntegra da nota suspendendo as aulas presenciais no Paraná/h2>

“Conversei com o Governador há pouco. Realmente, com os hospitais com alto nível de lotação, o palácio entendeu que não é o momento de retornarmos. Então o retorno as aulas, nas escolas estaduais está adiado até termos uma melhora na situação dos leitos e UTIs.

Vamos avaliar uma nova data para podermos voltar. Agora é focarmos nos meets com excelente qualidade e todos os professores realizarem seus meets no horário do calendário da escola.

Semana que vem apresento para vocês o BI que irá apresentar essas informações aula a aula. A resolução orientativa já foi para o Diário Oficial e segue o anexo na sequência.

Abraços a todos, Renato.”

Clique aqui para ler a íntegra da resolução que suspendeu a volta às aulas presenciais no Paraná.