Portugal debate reestatização da energia após apagão

Portugal debate reestatização da energia após o apagão que mergulhou partes da Europa na escuridão. A crise acendeu o alerta sobre os riscos do modelo liberal de energia, semelhante ao que vem sendo adotado no Paraná com a privatização da Copel.

Autismo ALEP

Apagão na Europa escancara fragilidade do sistema privatizado

Na segunda-feira (28), um apagão em cadeia afetou Portugal e Espanha. A pane escancarou a fragilidade de um sistema baseado na lógica de mercado e controle difuso.

O modelo ibérico, em voga também no Paraná, segue a cartilha da mínima presença estatal, segmentação da cadeia e dominação de grupos privados.

PCP propõe reversão das privatizações

Em nota oficial, o Partido Comunista Português (PCP) responsabilizou diretamente o modelo liberalizado pela vulnerabilidade do Sistema Elétrico Nacional:

“A dependência de grupos econômicos privados e a segmentação da operação são fatores de insegurança para o país”.

O PCP defende a reestatização, como já fizeram França e Alemanha, e propõe debate de urgência na Assembleia da República.

Novo governo, velhos dilemas

O novo primeiro-ministro Luís Montenegro (PSD) assumiu em abril com discurso liberal. Mas o apagão pode forçar uma inflexão, diante da pressão popular por soberania e segurança energética.

Energia renovável é vilã?

A mídia portuguesa chegou a sugerir que o excesso de energias renováveis teria contribuído para a instabilidade. Especialistas, no entanto, rechaçam essa tese.

Segundo Francisco Ferreira, da ONG Zero:

“70% do consumo nacional em 2024 foi assegurado por renováveis. O problema é a falta de tecnologias para estabilizar essa integração”.

Falta inércia, sobra negligência

O professor João Peças Lopes explica que sistemas com fontes eólicas e solares precisam de “inércia sintética” para resistir a oscilações. A solução é conhecida, testada e de baixo custo. Mas Espanha e Portugal não a implementaram.

Barragens são trunfo português

Portugal possui barragens reversíveis que funcionam como baterias naturais, permitindo armazenar o excesso de energia solar e usá-lo à noite.

Paulo Ferrão, do Instituto Superior Técnico, resume:

“A bombagem hídrica garante segurança, eficiência e ainda gera lucro”.

O que está em jogo com a reestatização da energia?

A discussão vai além da luz que falta: trata-se de soberania nacional, segurança dos serviços essenciais e controle sobre setores estratégicos.

O que você precisa saber sobre o apagão

Qual foi a causa do apagão na Europa?

Ainda está sob investigação, mas especialistas apontam para falhas na estabilidade da rede elétrica com alta penetração de renováveis e falta de tecnologia de suporte.

Portugal vai reestatizar a energia?

Não há decisão formal, mas o tema está em debate após pressão do PCP e da sociedade civil.

O modelo é parecido com o da Copel no Paraná?

Sim. Ambos seguem a lógica de mínima presença estatal, capital disperso e gestão privatizada.

Renováveis causam apagões?

Não. O problema é a falta de investimentos em tecnologias complementares como inércia sintética e compensadores síncronos.

Por que o debate é importante?

Porque define se o futuro energético estará a serviço do lucro ou da população. Trata-se de um debate sobre quem controla a tomada.

Soberania é luz

O apagão em Portugal iluminou um debate que não pode mais ficar na penumbra: o futuro da energia precisa ser público, soberano e resiliente. Enquanto alguns culpam o sol e o vento, o verdadeiro buraco está na tomada do mercado.

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