Moro, “advogado de Bolsonaro”, quer investigar caso Marielle

A raposa quer cuidar do galinheiro, segundo a oposição, após tomar conhecimento que o ministro Sérgio Moro quer investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes.

O diabo é que o ex-juiz levou um carimbo de suspeição na testa ao atuar como “advogado” na questão do porteiro do condomínio onde mora o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Depoimento do porteiro revela que suspeitos das execuções se reuniram horas antes no condomínio Vivendas da Barra e que ele interfonou para a casa 58. “Seu Jair” teria atendido e autorizado a entrada de um dos dois homens presos pelo crime.

Em 24 horas, Ministério da Justiça, Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e Ministério Público do Rio aturam para arquivar o envolvimento do presidente da República no imbróglio do assassinato da vereadora do PSOL.

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Como medida profilática, até uma bolsonarista promotora do MP do Rio –que havia isentado há dois dias Bolsonaro– pediu afastamento do caso Marielle.

Mas agora, alegando “falta de celeridade” para apontar mandantes do crime, eis que Moro quer federalizar a investigação da execução ocorrida em 14 de março de 2018.

Por que, então, o ex-juiz não entrou no caso Queiroz –que envolve o COAF, portanto passível de federalização– e há mais de 9 meses o ex-assessor de Flávio Bolsonaro sequer foi ouvido pelo MP ou outro de órgão de persecução penal?

O PSOL quer que a investigação do caso Marielle seja responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), porque, de acordo com o partido, o presidente Jair Bolsonaro foi citado durante as investigações da Polícia Civil do Rio.