Nomeação já era esperada e reforça presença do PT na Esplanada
O Blog do Esmael cravou em primeira mão, ainda em 13 de abril: o presidente Lula nomearia a londrinense Márcia Lopes para o Ministério das Mulheres. Nesta segunda-feira (5), a confirmação chegou com cerimônia discreta no Palácio do Planalto e publicação oficial prevista para edição extra do Diário Oficial da União.
A troca de comando na pasta — até então ocupada por Cida Gonçalves — já era ventilada nos bastidores petistas e foi conduzida com o aval direto da ministra Gleisi Hoffmann e da primeira-dama Janja, que esteve presente em diversas agendas do ministério durante a gestão anterior.
A volta de uma velha conhecida de Lula
Márcia Lopes, assistente social e ex-ministra do Desenvolvimento Social no segundo mandato de Lula, retorna à Esplanada com a missão de reforçar a pauta feminina no governo. Professora da Universidade Estadual de Londrina, ela tem sólida trajetória na política pública de assistência social e no movimento petista do Paraná. É também irmã de Gilberto Carvalho, figura histórica do PT e ex-chefe de gabinete da Presidência.
PT mantém o comando e sinaliza fidelidade ideológica
A manutenção do Ministério das Mulheres sob a tutela do PT é estratégica. Em um momento em que Lula busca reafirmar suas bases progressistas diante de um Congresso conservador e do avanço da pauta bolsonarista, a escolha de Márcia funciona como uma reafirmação de compromissos.
A saída de Cida Gonçalves, embora suave, indica um rearranjo interno para acomodar forças e preparar o campo para 2026. A nova ministra representa a ala mais tradicional do partido, com vínculo histórico com as políticas sociais de base.
Disputa interna e leitura eleitoral
Como o Blog do Esmael havia antecipado há semanas, o nome de Márcia circulava em reuniões com a ministra Gleisi há semanas. O movimento visa alinhar o Ministério das Mulheres a uma gestão mais técnica e ao mesmo tempo de forte identidade com o lulismo raiz — algo que Janja tem interesse direto em preservar, especialmente diante da ameaça de esvaziamento das políticas públicas para mulheres.
Lula e o simbolismo da posse
Nas redes sociais, Lula mencionou a posse com um tom afetivo: destacou a presença das duas ministras — a que sai e a que entra — e reforçou a importância da nova gestão. O gesto simboliza a tentativa de manter a unidade partidária e preservar o legado das mulheres no governo.
Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.