Lula inicia sua quarta visita de Estado à China para fortalecer comércio e política

China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2025, intercâmbio já é de aproximadamente US$ 38,8 bilhões. Em novembro passado, presidente Xi Jinping esteve no Brasil para o G20 e encontros bilaterais

O presidente Luís Inácio Lula da Silva chegou a Pequim, China, na noite deste sábado (10/5) – à tarde, no horário brasileiro –, para a quarta visita de Estado àquele país. Em suas redes sociais, Lula destacou a chegada.

“Boa tarde Brasil, boa noite China. Acabo de chegar em Pequim, onde vamos fechar novas parcerias e assinar acordos de cooperação em múltiplas áreas. É mais um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009.”

A visita à China sucede agenda de Estado na Rússia, onde o presidente Lula esteve entre os últimos dias 7 e 10. Neste domingo, na China, não estão previstos encontros oficiais.

Durante a estadia do presidente brasileiro na China, a programação inclui assinatura de atos nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura

As exportações brasileiras para a China são superiores às vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia. O Brasil é o sétimo principal fornecedor da China, informa o Ministério das Relações Exteriores.

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Com o apoio de equipe brasileira na China, já estão definidos 16 protocolos e anúncios e outros 32 em negociação. Os debates em torno dessas agendas precederam a chegada do presidente brasileiro.

China-Celac

Dentro da agenda de Lula na China, um dos destaques será a realização de encontro do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Esse fórum se consolidou como um mecanismo importante para aumentar a confiança mútua política entre os países, alinhar estratégias de desenvolvimento e promover a conectividade entre a China e os países da América Latina e Caribe.

Com a crescente relevância da China no cenário global e o interesse dos países da Celac em diversificar suas parcerias, o Fórum se consolida como uma ponte estratégica para fortalecer a integração e o progresso mútuo.

A primeira agenda internacional de Lula em seu atual mandato foi, durante Cúpula da Celac em Buenos Aires, em 2023, retornar ao grupo. A Celac é o único organismo de integração que reúne os 33 países em desenvolvimento da América Latina e do Caribe.

Segundo o Itamaraty, estão sendo formulados uma declaração conjunta e o Plano de Ação para o Triênio 2025-2027, que serão firmados e anunciados durante a visita de Lula à China.

“São vários temas de interesse do Brasil, como economia digital, conectividade, gestão de riscos de desastres, mas também comércio e investimento, saúde, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia e transição energética. Então é um fórum ao qual o Brasil atribui enorme importância”, registrou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, em declaração à imprensa no início da semana passada.

Comércio entre os dois paises

A China é atualmente o principal parceiro comercial do Brasil, ocupando a liderança tanto nas exportações quanto nas importações. De janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre os países foi de cerca de US$ 38,8 bilhões. No período, o Brasil exportou US$ 19,8 bilhões e importou US$ 19 bilhões. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil encontram-se óleos brutos de petróleo, soja e minério de ferro e concentrados. O Brasil, por sua vez, importa da China principalmente embarcações, equipamentos de telecomunicações, máquinas e aparelhos elétricos, válvulas e tubos termiônicos (válvulas).

Relações políticas

As relações bilaterais têm-se caracterizado pelo dinamismo. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no país. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como Brics, G20, OMC e Basic (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente).

Em abril de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou sua terceira visita de Estado à China. A visita resultou na mais abrangente declaração conjunta emitida pelos dois países, tratando de cooperação em áreas variadas – desde assuntos econômico-comerciais, de segurança alimentar e de cooperação espacial até temas internacionais, como o conflito na Ucrânia –, demonstrando a multidimensionalidade dos interesses compartilhados. Foram assinados 15 atos governamentais e anunciados 32 acordos empresariais, em áreas como energias renováveis; indústria automotiva; agronegócio; linhas de crédito verde; tecnologia da informação; saúde; e infraestrutura.

Outros nove instrumentos foram celebrados entre Estados da Federação e outras entidades ou empresas brasileiras e chinesas. No campo do meio ambiente, foi adotada a Declaração Conjunta sobre o combate à mudança do clima e foi decidido criar, no âmbito da Cosban, subcomissão específica sobre a matéria. Cosban é a sigla para a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação.

A China figura entre as principais fontes de investimento estrangeiro direto no Brasil, com crescente presença em setores de relevo da economia nacional. Destacam-se os investimentos nos setores de eletricidade e de extração de petróleo, bem como de transportes, telecomunicações, serviços financeiros e indústria.

Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, encontraram-se também em novembro de 2024 no Brasil, após o líder chinês ter participado das reuniões do G-20 no Rio de Janeiro, sob presidência brasileira. Nos encontros bilaterais, em Brasília, foram assinados protocolos de entendimento e acordos comerciais.

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Agência Gov

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