Lula tensiona adversários, Alcolumbre recua e 2026 esquenta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embaralhou o tabuleiro político ao afirmar que ainda não tem certeza se será candidato em 2026, bem no momento em que todas as pesquisas colocam o mandatário à frente de todos os cenários. A dúvida pública mexeu com o subsolo do poder, esfriou arroubos de adversários e devolveu protagonismo ao Planalto.

As sondagens recentes, incluindo a AtlasIntel, mostram Lula em situação mais confortável do que em 2022, quando venceu o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Governistas leem os números como prova de que a estratégia econômica, a agenda social e a pacificação institucional construíram terreno sólido para um eventual quarto mandato.

O movimento repercutiu de imediato no Senado. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), vinha travando a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo. Mas uma pesquisa que o expôs entre as imagens mais negativas da política nacional alterou o humor nos corredores.

Alcolumbre recuou diante da combinação explosiva: opinião pública desfavorável, pressão do governo e o risco de transformar a sabatina numa guerra inútil. Se Lula tivesse realmente desistido da disputa, não haveria motivo para tanto desgaste. A dúvida estratégica do presidente confundiu adversários e baixou a fervura no Senado.

No front externo, Lula voltou a conversar com o presidente dos EUA, Donald Trump, que descreveu o diálogo como “muito bom” e prometeu “muitas coisas boas” na parceria. A reaproximação não é mero protocolo diplomático. A pauta inclui cooperação contra os braços financeiros do crime organizado, um recado direto aos oligarcas da Faria Lima, que seguem torcendo pelo adversário governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Se Lula estivesse fora do páreo, não haveria razão para esse esforço geopolítico. Tampouco faria sentido o governo avançar na agenda trabalhista após ter ampliado a isenção do IR até R$ 5 mil e aumentado a taxação dos super-ricos. A nova ofensiva será pela aprovação do fim da escala 6×1, bandeira histórica de sindicatos e movimentos sociais.

O Blog do Esmael aposta uma gengibirra gelada que Lula continua candidatíssimo. A hesitação pública funcionou como tática: abriu dúvidas entre opositores, reduziu as críticas mais agressivas e reposicionou o governo num momento de transição estratégica.

Nos bastidores, cresce a expectativa por uma reforma ministerial. O Planalto mapeia quem deixará o governo para disputar 2026, e quem permanecerá para atravessar a tempestade eleitoral. Alguns nomes que ficarão podem surpreender o distinto público, mas isso é conversa para outro capítulo.

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