O jornalista José Reinaldo Carvalho, editor da página Resistência, advoga a tese de que o PCdoB não deve violar sua independência ideológica ou se fundir a outro partido.
José Reinaldo afirma ainda que um revés eleitoral é alvo passageiro, que deve ser superado nas eleições seguintes.
O membro do Comitê Central (CC) reage à ideia de que o PCdoB, para sobreviver politicamente, deva fazer aliança com a centro-direita em virtude uma derrota eleitoral.
Ao defender a identidade comunista, Reinaldo diz que o PCdoB não deve deixar sua bandeira e sua logo para trás só porque houve um revés eleitoral em 2020.
As declarações do membro do CC evidenciam a fissura no PCdoB após o balanço eleitoral deste ano.
“Pesquisa realizada recentemente indica que o povo associa a foice à morte”, escreveu esta semana o jornalista Ricardo Cappelli, um dos ideólogos do partido –favorável à mudança no nome e no símbolo do PCdoB.
Leia a íntegra do artigo de José Reinaldo Carvalho os dirigentes e filiados do PCdoB:
Um revés eleitoral é algo passageiro
Para os comunistas, permanentes são a essência revolucionária do Partido e a luta do povo brasileiro contra a opressão e exploração e por sua emancipação nacional e social.
Qual o lugar político do PCdoB? – perguntam muitos. Desde que foi fundado, em 1922, e reorganizado em 1962, na luta contra o oportunismo de direita, o lugar político do PCdoB é:
1) A identidade comunista (não deixaremos de ser um partido comunista devido ao revés eleitoral);
2) Somos um partido que luta pelo socialismo (não devemos arriar esta bandeira devido ao revés eleitoral);
3) Somos um partido de esquerda (não devemos mudar de campo e privilegiar a aliança com a chamada centro-direita devido ao revés eleitoral);
4) Somos um partido que atua como fator de unidade das forças democráticas, populares e progressistas (e não devemos deixar de ser nem atribuir o revés eleitoral à rivalidade com os partidos desse campo) e,
5) Somos um partido patriótico e internacionalista.
Não há contradição entre esses cinco aspectos.
Devemos vê-los em seu todo e é esse todo que define o lugar político do Partido Comunista do Brasil, que ingressa no período da celebração do seu centenário proclamando de maneira cristalina que permanecerá vivo e atuante, presente na vida política e social.
Não mudará de nome, não violará sua independência ideológica e orgânica nem se fundirá com qualquer outro partido.
*José Reinaldo Carvalho, membro do CC e da CPN do PCdoB. Editor da página Resistência
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.