Já foi dito aqui que o afrouxamento da “regra de ouro” fiscal deverá desmontar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), haja vista que o governo tomaria R$ 130 bilhões da instituição financeira para honrar o pagamento dos juros para os bancos privados. Portanto, a capitalização desses abutres — leia-se Itaú, Bradesco, Santander, etc. — tomaria o dinheiro e o mercado do banco público.
Pois bem, a edição d’O Globo desta terça-feira (16) celebra o fim do financiamento de longo prazo no Brasil e fala em concorrência privada inexistente. Desde o golpe de Estado, em vigor, o BNDES deixou de emprestar a título de fomento R$ 100 bilhões.
A convergência dos juros até então subsidiados do BNDES — e imbatíveis para a concorrência — para taxas de mercado é um dos fatores que está colocando os bancos no jogo, argumenta a reportagem.
O fim da “regra de ouro” com a “PEC do Assalto” — tramada numa dessas noites pelo ministro dos Bancos Henrique Meirelles e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) — tiraria a capacidade de investimento do BNDES, transferiria seus ativos aos bancos privados a título de pagamento de juros da dívida interna do governo.
Por “regra de ouro” das finanças públicas, prevista no art. 167 da Constituição Federal, entende-se a proibição de o governo emitir dívida em valor superior às despesas de capital (essencialmente investimentos) do exercício. A “PEC do Assalto”, no entanto, que deverá ser apresentada ao Congresso na volta do recesso, livraria Michel Temer de crime de responsabilidade durante e após deixar o cargo.
Com informações do Brasil 247
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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