Empresários bolsonaristas querem transformar o Brasil numa ditadura

  • Senador Randolfe Rodrigues pede prisão de empresários que planejam golpe de Estado

Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é“. A frase atribuída falsamente a Vladimir Lênin, líder da revolução russa, nunca fez tanto sentido para empresários bolsonaristas, retrógrados, que querem transformar o Brasil numa didatura.

Eles manifestaram em grupo de WhatsApp que planejam um golpe de Estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições de 2022 nas urnas.

Segundo revelação do site Metrópoles, parceiro do Blog do Esmael, esses maus empresários usam a rede social para desferir ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro.

O grupo “Empresários & Políticos”, no WhatsApp, reúne grandes empresários de diversas partes do país, como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

O curioso é que esses senhores repetem desde a primeira vitória presidencial do PT, em 2002, que Lula vai transformar o Brasil numa ditadura como Venezuela e Cuba.

Ocorre que eles é que estão tramando um golpe antidemocrático, contra a soberania popular, para perpetuar Bolsonaro no poder – caso do atual mandatário perca a eleição no voto.

Economia

– Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo – manifestou no grupo José Koury, proprietário do shopping Barra World, que também atua no mercado imobiliário no Rio de Janeiro.

Ivan Wrobel, proprietário da W3 Engenharia, construtora especializada em imóveis de alto padrão, principalmente na Zona Sul do Rio de Janeiro, igualmente mostrou valentia contra a democracia e as instituições brasileiras.

– Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público – disse ele.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse que não haverá desfile das Forças Armadas na cidade. Portanto, Wrobel terá seu desejo frustrado. E porque o próprio Bolsonaro já “afrouxou a tanga” no 7 de setembro, como o Blog do Esmael mostrou antes.

O médico gaúcho Marco Aurélio Raymundo, conhecido como Morongo e dono da rede de lojas Mormaii, uma das principais marcas de surfwear do país, escreveu, a despeito de o desfile não ocorrer:

– O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro – desinformou o empresário bolsonarista.

Morongo ainda insistiu na tese de golpe de Estado, contra Lula, para perpetuar Bolsonaro no poder:

– Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda – atacou o extremista.

O empresário Afrânio Barreira, dono do Grupo Coco Bambu, que fatura R$ 1 bilhão por ano, aplaudiu a discussão com uma figurinha, enquanto o empresário André Tissot, do Grupo Sierra, empresa gaúcha especializada na venda de móveis de luxo, defendeu que uma intervenção deveria ter ocorrido há mais tempo.

– O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais – publicou Tissot.

Em maio, Morongo propôes ações violentas para impor uma didatura bolsonarista ao País.

– Se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis! A espécie humana SEMPRE foi muito violenta. Os ‘bonzinhos’ sempre foram dominados… É uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem ‘na boa’. Queremos todos a paz, a harmonia e mãos dadas num mesmo objetivo… masssss [sic] quando o mínimo das regras que nos foram impostas são chutadas para escanteio, aí passa a valer sem a mediação de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dirá se voltamos a jogar o jogo justo ou [se] vai valer pontapé no saco e dedo no olho – escreveu o dono da Mormaii.

Luciano Hang, o Véio da Havan, revelou quem espera que seja eleito presidente nos próximos 12 anos. Para o dono da Havan, depois de reeleger Bolsonaro, o país deveria eleger o ex-ministro Tarcísio de Freitas para o Planalto, em 2026, e reelegê-lo em 2030. “Aí não terá mais espaço para os vagabundos”, completou.

Sobre a frase na abertura do texto – “Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é” – tratou-se de um panfleto apócrifo, supostamente soviético, difundido nos Estados Unidos há décadas, intitulado “Rules for Revolution” (Regras para a Revolução).

A direita brasileira usa esses ensinamentos como se fosse sua Bíblia.

Randolfe pede prisão de empresários que defenderam golpe

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou, na tarde desta quarta-feira (17/8), o Supremo Tribunal Federal contra os empresários que defenderam, no grupo “Empresários e Política”, um golpe de Estado caso Lula vença as eleições. Randolfe pediu ao STF que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal sejam acionados para avaliarem a quebra de sigilo, congelamento de contas e prisão preventiva, se necessário.

A petição foi apresentada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.

O relator do inquérito dos atos antidemocráticos é o ministro Alexandre de Moraes, que é chamado de “skihead do PCC” no grupo de empresários bolsonaristas.

Blog do Esmael, notícias verdadeiras.

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