Efeito Flávio: Bolsa desaba igual a dia em que Lula se tornou elegível

A queda do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrada nesta sexta-feira (5/12), provocada pela indicação de Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência da República, só encontra paralelo recente em 8 de março de 2021.

Nesse dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou seus direitos políticos, em decisão do ministro Edson Fachin, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Fachin anulou todas as condenações do petista relacionadas à Lava Jato.

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Às 1705, o Ibovespa operava em queda de 3,84%, aos 158.135,53. Ao longo do pregão, contudo, chegou a cair 4%. Em 8 de março de 2021, ele fechou com recuo de 3,98%, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta. Antes disso, em 22 de fevereiro de 2021, o índice desabou 4,87%, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna para assumir o cargo de presidente da Petrobras.

Já o dólar disparou nesta sexta-feira. A moeda americana subiu 2,31%, cotada a R$ 5,43, o maior valor desde 16 de outubro.

A indicação de Flávio Bolsonaro foi feita pelo pai, o ex-presidente Bolsonaro, que está preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília. A notícia foi divulgada pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles. No mesmo momento, o Ibovespa, que operava em alta e caminhava para bater novo recorde, desabou.

Surpresa

“O mercado não esperava esse movimento e reagiu de forma imediata, praticamente descolando o Brasil do restante do mundo, onde as bolsas seguiam em alta moderada”, diz Christian Iarussi, economista da The Hill Capital. “A leitura dominante é que esse anúncio esvazia a expectativa, antes bastante presente entre investidores, de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pudesse se consolidar como uma alternativa competitiva ao atual governo em 2026.”

Para Matheus Amaral, especialista em renda variável do Banco Inter, os investidores, que operavam o “trade Tarcísio” para 2026, ficaram frustrados. O mercado, diz o analista, considera o governador de São Paulo um nome mais moderado, alinhado à centro-direita, com histórico de privatizações e maior previsibilidade em temas fiscais. “Com a mudança no cenário, esse trade perde tração: ainda há pouca visibilidade sobre a força eleitoral de Flávio Bolsonaro e sua capacidade de competir com Lula, o que aumenta a incerteza no curto prazo”, afirma. “O movimento desta sexta-feira reforça o fato de que o ciclo eleitoral já começou a ser ‘reprecificado’, trazendo volatilidade e ajustes imediatos ao mercado.”

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