Considerado um dos maiores líderes da facção criminosa
Preso desde 2014, após ser capturado no Paraguai, Marreta foi o principal articulador das guerras entre facções que até hoje aterrorizam moradores das zonas norte e oeste do Rio, especialmente nas favelas de Jacarepaguá.
Com influência consolidada, o agravamento da saúde dele, blindado por alguns membros da facção, pode abrir espaço para disputas internas com o intuito de redesenhar a hierarquia da organização, hoje chefiada à distância por Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP.
Detalhes sobre o quadro clínico — como quais doenças Marreta enfrenta — são mantidos sob sigilo, inclusive por
Marreta teve sua transferência requerida para um presídio federal por pedido do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O Judiciário acolheu o pedido em setembro do ano passado, com prazo de execução de até três anos. Apesar disso, o criminoso segue custodiado no sistema penitenciário carioca por conta de imbróglios judiciais.
Conforme apurou o Metrópoles, Marreta passou recentemente por exames dentro da prisão, que expuseram um quadro de saúde delicado, como o doppler venoso — que avalia a circulação sanguínea — e por avaliação com endocrinologista, médico especializado em hormônios e metabolismo.
O líder do CV ainda deve passar por novos exames com nefrologista e cardiologista, além de realizar um ecocardiograma — exame de imagem feito por ultrassom para avaliação do coração. Também se cogita a entrada de novos médicos na unidade prisional para avaliá-lo, como um hematologista.
A situação de saúde de Marreta é monitorada de perto por órgãos de segurança, e investigadores da PF e do Ministério Público ouvidos pela reportagem salientam que um possível agravamento da saúde dele pode levar integrantes da facção a tentar tomar o espaço ou acelerar a disputa pelo controle de territórios.
A defesa dele optou por não se manifestar.
Quem é Marreta
Antes da prisão no Paraguai, o integrante da cúpula do CV estava foragido desde fevereiro de 2013, quando escapou do Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, na zona oeste do Rio.
Marreta coordenava, do Paraguai, a atuação da organização criminosa e a distribuição de armas e drogas para comunidades dominadas pela facção nas zonas oeste e norte da cidade.
Na casa onde o traficante foi preso, os agentes encontraram um cofre com dólares, reais e guaranis, a moeda paraguaia. Na residência, estavam duas mulheres e uma criança.
Naquele ano, Marreta foi o quinto chefe do tráfico preso. A Subsecretaria de Inteligência (SSINTE), com apoio da Polícia Federal, prendeu os chefes do tráfico dos complexos do Alemão e da Penha, conhecidos, respectivamente, como Piná e 2D; Russão, da Mangueira; e Kadu Playboy, da Região dos Lagos.
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