Alvaro Dias avança no Podemos, Cristina Graeml na corda bamba

O ex-senador Alvaro Dias está de volta ao cenário político e, como um veterano que nunca se afasta de verdade, já começa a provocar turbulência no Podemos. Sua chegada traz uma sombra sobre Cristina Graeml, que também milita na mesma legenda. Mas, ao contrário do que poderia parecer, o problema para Graeml não é apenas dividir espaço com um líder consolidado, mas a repetição de um pesadelo que o partido já viveu em 2022.

Naquele ano, Alvaro Dias e Sergio Moro eram ambos filiados ao Podemos. Moro, alçado à política como o juiz da Lava Jato, era uma aposta do partido para o Senado. Mas havia um problema: Alvaro Dias, que também era do Podemos, já ocupava a vaga e queria a reeleição. O resultado? Moro não esperou para ver o desfecho e se transferiu para o União Brasil, onde disputou e venceu o Senado. Alvaro, por sua vez, ficou pelo caminho, amargando uma derrota histórica.

A derrota de Alvaro para Moro foi quase poética. Afinal, foi o próprio Alvaro Dias quem trouxe o ex-juiz para a política partidária, acreditando que o protagonismo de Moro fortaleceria o Podemos. No entanto, o “pupilo” não apenas superou o mentor, mas o derrotou diretamente na disputa pelo Senado. Alvaro deve ter se lembrado do célebre ditado espanhol: “Crie corvos e eles lhe comerão os olhos!”

Agora, o mesmo Alvaro Dias retorna ao cenário político, ainda pelo Podemos, e a história parece se repetir — mas com Cristina Graeml no papel de quem precisa sair da sombra. Graeml, uma jornalista bolsonarista que tentou se consolidar na política paranaense, vê seu espaço ameaçado por uma figura que já foi tudo na política paranaense: deputado, governador e senador.

Será que Graeml conseguirá sobreviver ao furacão Alvaro Dias? Ou será empurrada para fora da disputa, como ocorreu com Moro em 2022?

Como diria o velho barbudo, Karl Marx, “a história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.” No caso do Podemos, a farsa já se tornou uma tradição.

Maringá 78 Anos

Alvaro Dias cresce e ameaça Moro, segundo pesquisa RealTime Big Data

A mais recente pesquisa de opinião da RealTime Big Data, realizada entre os dias 3 e 5 de maio de 2025, revela que Alvaro Dias está em plena ascensão na corrida pelo governo do Paraná. O veterano político, que retorna ao cenário pelo Podemos, surge como uma ameaça direta ao favoritismo de Sergio Moro, do União Brasil.

No primeiro cenário testado, que inclui uma ampla lista de candidatos, Moro lidera com 29% das intenções de voto, seguido por Requião Filho (16%) e Rafael Greca (15%). Cristina Graeml, a jornalista e também filiada ao Podemos, aparece com 9%, enquanto Alvaro Dias, surpreendentemente, não foi incluído neste cenário.

Mas é no segundo cenário, com menos candidatos, que Alvaro Dias mostra sua força. Moro lidera com 37%, mas Alvaro surge logo atrás, com 27%, reduzindo a distância para apenas 10 pontos percentuais. Enio Verri (PT) e Guto Silva (PSD) aparecem muito atrás, com 6% e 4%, respectivamente.

A disputa pelo Senado também coloca Alvaro Dias em destaque. Ele lidera com 31% das intenções de voto, à frente de Felipe Barros (PL), com 25%, e Gleisi Hoffmann (PT), com 14%. O desempenho reafirma o peso político de Alvaro, mesmo após sua amarga derrota para Sergio Moro em 2022, quando perdeu a cadeira que ocupava há anos no Senado.

Em outras palavras, Alvaro pode optar por disputar o Senado novamente, deixando Cristina Graeml a pé — ou melhor, sem espaço político dentro do Podemos.

Um veterano que não se rende

Os números mostram que Alvaro Dias mantém uma base sólida de apoio, especialmente entre eleitores de menor renda e fora das grandes cidades, enquanto Moro conserva sua força nos centros urbanos e entre eleitores de maior renda. O crescimento de Alvaro, entretanto, representa um problema para Sergio Moro, que agora se vê desafiado pelo ex-colega de partido.

Para Cristina Graeml, os dados são ainda mais preocupantes. Com Alvaro Dias retomando o protagonismo no Podemos, sua sobrevivência política se complica. O mesmo filme de 2022 parece estar se repetindo — só que agora, o roteiro ameaça a própria Graeml.

Ainda assim, há uma saída política para Graeml dentro do Podemos: disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Uma opção que pode parecer um recuo, mas garantiria sua permanência na vida pública.

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