A culpa é do Congresso, segundo o Datafolha

O Congresso Nacional pode pagar o pato da crise econômica e da pandemia do novo coronavírus. Segundo o Datafolha, o parlamento é aprovado por apenas 17% e reprovado, pasme, por inacreditáveis 37% dos brasileiros.

Em maio passado, deputados e senadores eram aprovados por 18% e reprovados por 32%.

Não era para menos esse aumento da reprovação, pois o Congresso vem chancelando a política neoliberal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Economia Paulo Guedes. O legislativo vocaciona os desgastes do governo, portanto.

Deputados e senadores aprovaram recentemente a privatização da água, a reforma da previdência (fim da aposentadoria), a MP 936, que reduz salário e possibilita a demissão dos trabalhadores com recontratação precarizada, enfim, o Congresso legitimou a reestruturação do capital às custas do trabalho e do emprego.

O parlamento não combateu o coronavírus. Simplesmente usou a pandemia para “passar a boiada” que interessava aos mais ricos e poderosos. Câmara e Senado são Casas que representam os interesses do capital financeiro e da especulação. Os membros dessa instituição são contrários à produção e o emprego.

Note que o Supremo Tribunal Federal (STF), apesar dos ataques, manteve seu índice de aprovação estável. Em relação à pesquisa do Datafolha em maio passado, a aprovação do STF variou de 30% para 27%, e reprovação, de 26% para 29%, dentro da margem de erro.

Economia

A pesquisa Datafolha foi realizada em 11 e 12 de agosto, com 2.065 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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Deltan Dallagnol volta a ser julgado nesta terça-feira pelo CNMP

O pedido de afastamento do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato, voltará a ser julgado nesta terça-feira (18) pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Os conselheiros do CNMP sinalizam com o imediato afastamento de Deltan Dallagnol do coordenação da força-tarefa na “República de Curitiba”.

Deltan responde por ilegalidades como o projeto de criação de fundação com os mais de R$ 2,5 bilhões recuperados pela Lava Jato. A fundação teve como um dos seus idealizadores o procurador.

O afastamento imediato de Deltan Dallagnol, segundo o mundo jurídico, fortaleceria muito o procurador-geral da República Augusto Aras, que tenta renovar os integrantes da força-tarefa.

A Lava Jato foi constituída em 2014, portanto Deltan está há seis anos à frente do grupo em Curitiba.

Enquanto o dia de amanhã não chega, Deltan Dallagnol foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir um habeas corpus. A ação será examinada pelo decano Celso de Mello, que, como praxe, pode transferir a demanda para Gilmar Mendes.

Gilmar Mendes, numa entrevista, disse no mês passado que os procuradores da Lava Jato sabem o que eles fizeram no verão passado.

Deltan Dallagnol está preocupado porque os adversários da Lava Jato, que não são poucos, estudam removê-lo da força-tarefa via uma liminar.

A força-tarefa Lava Jato já não é mais um consenso nacional, pelo contrário.

PF desmente delação de Palocci contra Lula, enquanto Globo sangra com delação de doleiro

O ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, mentiu na delação premiada que fez para a Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A conclusão é da Polícia Federal, que encerrou um inquérito na semana passada, segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

No ano de 2018, “Italiano”, codinome dado pela força-tarefa de Curitiba, disse que o banqueiro André Esteves, do BTF, gerenciava uma conta de propinas para Lula. A delação foi vazada nas vésperas das eleições presidenciais, o que facilitou a vitória de Jair Bolsonaro, então no PSL, ante o oponente Fernando Haddad (PT).

A PF concluiu que as histórias contadas por Palocci eram fake news cujo material pode ser encontrado na internet e em matérias de jornais (sic).

De acordo com o delegado da PF, Marcelo Daher, as informações dadas por Palocci em sua delação parecem todas terem sido encontradas em pesquisas de internet, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais. Ou seja, são notícias falsas que Globo e os jornalões disseminaram para fraudar as eleições presidenciais de 2018.

O inquérito policial não deixa margem a dúvidas acerca da fake news: “as notícias jornalísticas, embora suficientes para iniciar o inquérito policial, parece que não foram corroboradas pelas provas produzidas, no sentido de dar continuidade à persecução penal”

Palocci tinha contado à Lava Jato que, a partir de fevereiro de 2011, André Esteves “teria passado a ser o responsável por movimentar e ocultar os valores recebidos” pelo ex-presidente Lula, “a título de corrupção e caixa dois, em contas bancárias abertas e mantidas no BTG Pactual S/A, em nome de terceiros”.

O banqueiro André Esteves teria depositado para Lula, num primeiro momento, R$ 10 milhões “de vantagens indevidas” para garantir influência no governo federal.

Em troca, segundo Palocci, o BTG receberia informações privilegiadas de decisões do Banco Central sobre taxas de juros. E depois dividiria parte dos lucros bilionários em operações com Lula, depositando os recursos em contas de terceiros.

Palocci, além de mentir sobre Lula, também implicou na trama da Lava Jato o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o pecuarista José Carlos Bumlai.

O delatar disse à Lava Jato, que presumira ser verdade, por ser contra petistas, que Esteves administrava as propinas por meio do Fundo Bintang e que Lula tinha R$ 300 milhões repassados pela Odebrecht.

Uma história e tanto, porém não se sustentou nos fatos.

Por outro lado, a TV Globo continua sangrando com a delação premiada do doleiro Dario Messer. Partido da premissa da Lava Jato e da emissora dos Marinho, presume-se verdadeiro os termos da delação homologada na semana passada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, a Lava Jato fluminense.

Pela delação do doleiro, semanalmente ele [Messer] deixava entre 50 mil e 300 mil dólares para os Marinhos. Uma bomba, portanto.

Bolsonaro faz as contas. Se semanalmente Dario Messer deixava 300 mil dólares, em um mês isso significaria 1,2 milhão de dólares. Em um ano, 14,4 milhões. Em dez anos, 144 milhões de dólares.

“Aguardando o Fantástico“, ironizou o presidente da República, referindo-se ao programa dominical da Globo.