“Escola Sem Covid”

A União Brasileira dos Estudantes (UBES) lançou nesta sexta-feira (4) a campanha “Escola Sem Covid”, que tem como objetivo acompanhar os estabelecimentos de ensino nas regiões mais vulneráveis e que não cumprem as exigências sanitárias para as aulas presenciais.

O tema do retorno às aulas em meio a pandemia da covid-19 traz grande preocupação para a UBES. A entidade entende que esse processo de volta precisa acontecer de forma responsável e de acordo com os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS), já que coloca em risco a vida dos professores, funcionários, dos estudantes e de suas famílias.

De acordo com a UBES, a entidade busca acompanhar a situação de perto e lançou o portal “Escola Sem Covid”, um site que receberá denúncias de instituições que não estão cumprindo as exigências sanitárias para as aulas presenciais em todo país. O portal também trará informações e dados para contribuir com debate sobre o retorno das aulas.

Além disso, a UBES disponibilizou um número de whatsapp especialmente para receber as denúncias e facilitar o diálogo. O número é +55 11 99959-1792.

O objetivo foi antecipar a denúncia sobre as irregularidades e rapidamente corrigi-las, para que não se repita o caso do estado de Amazonas, que retomou as aulas no mês de agosto, sem os equipamentos e estruturas previstos, nem itens básicos de higiene.

A UBES entrou com uma Ação Civil Pública pela suspensão das aulas no estado.

Economia

Desde o começo da crise do coronavírus, a UBES tem uma postura de responsabilidade e denúncia sobre a falta de planos nacionais, tanto para o ensino remoto quanto para a retomada das aulas presenciais em segurança.

“No momento em que vivemos é necessário que o centro das nossas atenções esteja na defesa da vida do nosso povo. Por isso se faz necessário que qualquer debate que envolva o retorno presencial das aulas esteja embasado cientificamente e diretamente relacionado à adoção e garantia dos protocolos de segurança recomendados pela Organização Mundial da Saúde, além da testagem e do rastreio dos casos de COVID-19”, explica a presidenta da UBES, Rozana Barroso.

A presidenta também reforça: “Nós temos muitos problemas na educação básica e precisamos de soluções. Precisamos de uma escola que esteja de verdade preparada pra nos receber e de políticas que combatam o agravamento da desigualdade social, da fome e da exclusão digital”.

Com o “Escola Sem Covid”, a UBES mapeia as regiões mais vulneráveis e arriscadas para a comunidade escolar, e assim, será possível pensar em alternativas para garantir a segurança.

“Todos sonham com o retorno das aulas, mas, ela deve ser feita em total segurança para todos e todas”, acrescenta a presidenta.

Estudantes devem opinar sobre retorno

No mês de julho, a UBES criou um Fórum de Debates Estaduais de Educação e Saúde para avaliar o ensino remoto e o plano de volta às aulas nos estados. Neste espaço, a diretoria da entidade defende uma série de cuidados para a retomada das atividades presenciais.

Dessa forma, a UBES reivindica participação dos estudantes nas decisões sobre aulas presenciais e ensino remoto, garantia de alimentação aos estudantes, por meio de cestas básicas ou vale- alimentação, possibilidade de que quarto ano seja optativo, para diminuir a desigualdade no ensino durante a pandemia, debate sobre diferentes modelos de ensino, adaptação do ensino levando em conta as especificidades de cada região, entre outras propostas.

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  • “Temos de pensar na hipótese do impeachment de Bolsonaro”, diz Kakay

    O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em entrevista ao Blog do Esmael, disse que é hora de o Congresso Nacional pensar no impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    “Temos de pensar na hipótese do impeachment de Bolsonaro”, afirmou Kakay, que participou de uma live do Blog do Esmael nesta quinta-feira (3).

    O criminalista destacou que não tem militância partidária, mas que vê elementos jurídicos para investigar Bolsonaro por crimes de responsabilidade e comuns.

    “Nós temos sem menor sombra de dúvida cometimento de vários crimes de responsabilidade”.

    Para o criminalista, a falta de um ministro da Saúde, em plena pandemia de covid-19, já caracteriza o crime de responsabilidade.

    Segundo Kakay, há hipótese de impeachment e há condições para a discussão com muita maturidade.

    O criminalista afirmou que era contra o afastamento do presidente da República, mas que mudou de ideia durante a pandemia, pois Bolsonaro banalizou a vida e fez uma opção de jogar com a vida dos brasileiros.

    “Tudo isso passa por dois terços do Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não apresentou antes o pedido de impeachment porque seria um desastre. Fortaleceria Bolsonaro. Antes, não tinha as condições políticas para o impedimento. Agora já há maturidade”, disse Kakay.

    O debate dessa quinta também teve a participação do advogado Luiz Carlos Rocha, o Rochinha, um dos defensores do ex-presidente Lula.