Reforma da previdência: ‘moça bonita não paga, mas também não leva!’

Lembrei-me de um vendedor de sorvetes numa praia para resumir o resultado da votação a reforma da previdência no Senado: ‘moça bonita não paga, mas também não leva!’

Eu explico melhor isso abaixo.

Os jornalões da velha mídia atribuíram ao governo Jair Bolsonaro (PSL) –e aos bancos– uma suposta “derrota” com a manutenção do abono salarial para quem ganha até R$ 2 mil, uma espécie de 14º salário.

Também soltaram rojões para “comemorar” a manutenção do valor não menor que um salário mínimo para pensões aos viúvos e das atuais regras do Benefício da Prestação Continuada (BPC) para aqueles que dependem do auxílio-doença, por exemplo.

O diabo é que essas questões “concedidas” pelo Senado e apresentadas como “derrota” do governo podem nunca acontecer na prática, como aquela promoção do sorveteiro praiano.

‘Moça bonita não paga, mas também não leva!’, lembra?

Economia

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A anterior reforma trabalhista aprovada há quase dois anos já precarizou a mão de obra e jogou quase 40 milhões trabalhadores brasileiros na informalidade, qual seja, é mais fácil hoje encontrar uma agulha no palheiro do que um trabalhador registrado em carteira –requisito essencial para receber o abono.

Além disso, o beneficiário da pensão por morte só poderá usufruir do “salário mínimo” se o contribuinte atender às novas regras de aposentaria: idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.

Portanto, sem muito exagero, o trabalhador vai morrer sem nunca atingir o “nirvana”.

Senado e governo Bolsonaro, unidos, acabaram com a aposentadoria no Dia Internacional do Idoso. Um macabro presente.

Vou fechar esse texto com um alerta de um senador governista: Ai se essa reforma da previdência não recuperar a economia em dois anos: ‘Bolsonaro terá de abandonar a política e o ministro Paulo Guedes terá de fugir do Brasil, morar em outro País.’