Violência aumenta no Rio sob intervenção

O Observatório da Intervenção publicou hoje (26) um relatório apontando um forte aumento da violência no Estado do Rio de Janeiro após o início da intervenção militar do governo federal. Segundo o relatório intitulado “À Deriva”, cresceram o número de tiroteios, roubos, chacinas e mortes.

O Observatório da Intervenção é uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/Ucam). Seu objetivo é acompanhar e divulgar os desdobramentos, os impactos e as violações de direitos decorrentes da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro a partir da documentação e da análise criteriosa sobre fatos e dados.

O relatório foi o primeiro editado pelo Observatório, como uma forma de acompanhar e divulgar os fatos relacionados à intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Na publicação, estão sintetizados os impactos e resultados da intervenção, reunidos através da análise de veículos de comunicação
impressos e online, documentos oficiais e páginas nas redes sociais. Os dados referem-se ao período de 16 de fevereiro a 16 de abril de 2018.

O material é rico em gráficos com muitos números, mas não falta uma análise mais humanística e política do contexto da intervenção.

“De 16 de fevereiro a 16 de abril, os tiroteios, balas perdidas, pessoas feridas e mortas e casos de chacinas (três ou mais mortes num único evento) aumentaram. A plataforma colaborativa Fogo Cruzado, que registra tiroteios e violência armada, comparou ocorrências na cidade e no resto da região metropolitana antes e depois da intervenção.”

“Os resultados são alarmantes: de 16 de fevereiro a 15 de abril, foram registrados 1.502 disparos e tiroteios, que produziram 284 mortos e 193 feridos. O período anterior, de 16 de dezembro a 15 de fevereiro, registrou 1.299 eventos. O Fogo Cruzado também registrou 12 chacinas, com 52 vítimas nesses dois meses. No mesmo período em 2017, houve seis chacinas, com 27 mortos.” Apontam trechos de relatório.

Economia

Ou seja, a situação da violência piorou bastante com a intervenção.

Inicialmente tida como uma tábua de salvação para a baixa popularidade do ilegítimo Michel Temer (MDB), a intervenção virou um abacaxi nas mãos do governo federal. O assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco foi mais um dos fatores que evidenciaram os sucessivos desacertos na segurança pública e na maneira como a violência é combatida no Rio de Janeiro e em todo o País.

Não é por acaso que o relatório é dedicado à Marielle.

O Relatório pode ser acessado neste link.