Tacla Duran x Moro x Bolsonaro

O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, voltou ao noticiário esta semana. Ele está prestes a celebrar um acordo com a PGR sobre a delação que atinge o compadre do ex-ministro Sérgio Moro, o advogado Carlos Zucolotto.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu desengavetar uma delação que ferra de verde e amarelo a República de Curitiba.

Com dupla cidadania, Tacla Duran vive na Espanha. Desde 2018, quando teve ordem de prisão expedida pela Lava Jato, o advogado tem disparado pelo Twitter.

Em 2017, o ex-advogado da Odebrecht chegou a depor numa CPI da JBS no Congresso Nacional e fez sevaras acusações contra o então juiz Sérgio Moro e seu amigo Zucolotto.

Rodrigo Tacla Duran jura que deu dinheiro a Zucolotto para obter vantagens em seu acordo de delação premiada com a Lava-Jato em 2016.

O ex-advogado foi visitado na Espanha, em 2017, pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ). Na época, eles saíram do encontro convencidos de que integrantes lava jato agiam como uma organização criminosa ao condicionar as delações a determinados advogados amigos da força-tarefa.

Economia

Sérgio Moro é considerado um dos três players para as eleições de 2018. Segundo institutos de pesquisas, além do PT, ele é um dos possíveis nomes para derrotar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Moro reclama do populismo do qual se locupletou na Lava Jato

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, em artigo no Globo, declara guerra ao populismo do qual abusou durante o período em que foi juiz da Lava Jato.

O populismo penal da força-tarefa restou evidente em todas as fases, nos últimos seis anos, o que gerou questionamentos sobre a legalidade das operações e das sentenças judiciais delas decorrentes.

O que dizer do famoso powerpoint de Deltan Dallagnol, que, mais tarde, somente na convicção e sem provas, fundamentou a prisão política do ex-presidente Lula?

A esse respeito o petista comentou mais tarde à luz do inquérito que agora investiga Moro no Supremo Tribunal Federal:

“As mesmas razões apresentadas no presente por Moro no exercício do seu próprio direito de defesa reforçam a necessidade de o sistema de Justiça corrigir os erros do passado, causados pelo próprio Moro.”

De acordo com a literatura política mundial, existem três tipos de populismo: o populismo-autoritário, o neopopulismo e o populismo não-autoritário.

Moro se enquadra no populismo-autoritário cujo subproduto é o populismo penal, aquele que prende e arrebenta, que tem a prisão como fetiche e vê na limitação da liberdade do indivíduo a panaceia para todos os males sociais.

O populismo penal de Moro e dos lavajatistas é uma praga que corrói o Estado Democrático de Direito.