Pedro Castillo, presidente do Peru, enfrenta protestos cujo script derrubou Dilma no Brasil

► Presidente peruano cancela toque de recolher após reunião com parlamentares

A burguesia peruana quer derrubar o presidente socialista Pedro Castillo, do partido Pátria Livre, eleito em junho do ano passado.

Os jornais e portais de notícias do Peru anotam que os caminhoneiros em greve aceitaram trégua de cinco dias. Ato contínuo, o governo anulou o toque de recolher que havia decretado na noite de segunda-feira (/04/05).

– A partir deste momento, vamos rescindir esta ordem de imobilidade que corresponde a chamar o povo peruano para se acalmar – disse Castillo à nação após reunião com parlamentares.

Porém, o mandatário disse que o Estado não vai endossar algumas atitudes que vão além do constitucional, como bloquear estradas, apedrejar casas, queimar pneus, dentre outras formas de violência.

O script dos protestos no Peru, hoje, lembra muito o script das manifestações no Brasil em 2013. Foi a partir dali que se iniciou o movimento pela derrubada de Dilma Rousseff.

No Brasil, o estopim fora os “vinte centavos” na passagem de ônibus. No Peru, a eclosão deu-se com os preços dos combustíveis e paralisação dos caminhoneiros.

Economia

Qualquer semelhança entre Brasil de ontem e Peru de hoje não é mera coincidência, portanto.

A Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Cargas e Mercadorias (Sutran) divulgou hoje uma lista de vias bloqueadas até as 12h devido à greve dos caminhoneiros. Ao menos 15 pontos estavam interrompidos, antes da trégua negociada com as transportadoras.

A Polícia Nacional do Peru publicou um vídeo nas redes sociais mostrando um veículo de patrulha vandalizado por manifestantes. A PNP disse que protesto é diferente de violência.

As forças de segurança afirmam que detiveram várias pessoas para manter a ordem pública.

Os caminhoneiros peruanos protestam contra os preços dos combustíveis, pedágios e produtos da cesta básica.