PCdoB estuda abandonar ‘foice e martelo’ como símbolo

O quase centenário Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, vai se reunir no próximo dia 8 de novembro para discutir um explosivo tema: o abandono da foice e do martelo como símbolo.

As duas ferramentas utilizadas como ícone dos comunistas significam a união dos camponeses (foice) com os operários urbanos (martelo).

O emblema foi usado pelos revolucionários soviéticos em 1917, mais tarde incorporado à bandeira da URSS.

No entanto, com a queda do Muro de Berlim, em 1991 e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a foice e o martelo foram trocados pela atual bandeira da Rússia, que é tricolor (branca, azul e vermelha).

Pois bem, é “segredo de polichinelo” o antigo desejo de setores do PCdoB de trocar seu escudo.

O partido na Câmara, por exemplo, há muito já deixou de ostentar a cor vermelha nas suas redes sociais.

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O argumento do PCdoB para abandonar a foice e o martelo como símbolos estão nos seguintes tópicos:

* A cláusula de barreira, que vai aumentar progressivamente;

* A proibição da coligação nas eleições proporcionais; e

* Naufrágio da proposta da federação de partidos.

O PCdoB quer sobreviver política e institucionalmente. Por isso a legenda vermelha quer mudar de cor e abandonar a foice e o martelo como símbolos. Precisará se apresentar em 2020 com cara própria e candidatos próprios, sem coligação. Acredita que, se fracassar no ano que vem, o desastre será uma certeza em 2022.

Sem parlamentares, sem fundo eleitoral. Eis a questão.

O Blog do Esmael conversou com uma fonte na agremiação sobre o explosivo tema para as fileiras comunistas.

“As coligações proporcionais garantiam a eleição de deputados do PCdoB na maior parte dos casos. Então surge para ‘alguns’ a questão da viabilidade eleitoral com o peso da identidade comunista”, explicou.

De acordo com o membro do PCdoB, essa dificuldade eleitoral ocorre também para as eleições de vereadores. “Em São Paulo, por exemplo, a identidade comunista prejudicaria a viabilidade eleitoral.”

Não se sabe ainda o que substituiria a foice e o martelo, mas, nos tempos de internet e de inteligência artificial, fala-se até em um robô como símbolo.