Antes de fugir para os Estados Unidos, o presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) editou um decreto alterando as regras para a privatização de empresas públicas, como a Companhia Paranaense de Energia (Copel), invadindo a competência do Congresso Nacional. Há dois caminhos para impedir essa sandice nos estertores do governo cessante: 1. revogar o decreto e 2. algum legitimado igressar no STF com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade).
No fim de novembro, a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), principal porta-voz do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva, mandou um duríssimo recado para o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), contrário à privatização da Copel. “Somos contra”, disse o alter ego político de Lula.
Para um bom entendor, meia palavra basta. Lula vai revogar autorização para a venda da estatal energética. Daqui a quatro dias, o novo presidente vai assumir o Palácio do Planalto.
“A partir do dia 1º, nós vamos ao trabalho. Não haverá tempo para descanso nos próximos 4 anos. Temos muita vontade de cuidar do Brasil. E, quando acabar nosso mandato, vamos ter sido eficientes para o povo, especialmente para aqueles que mais precisam”, disse Lula nesta quarta-feira (28/12).
O ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PT), revelou ao Blog do Esmael que se encontrará nas próximas horas com o presidente Lula. Juntamente com Gleisi, eles discutirão o “Paraná” e, certamente, a privatização da Copel e a questão da indústria do pedágio estarão na pauta – como registrou ontem (27/12) esta página.
“O governo do rato está vendendo a Copel, a Compagas (que eu criei ), privatizando escolas públicas, vendendo Sanepar. Que coisa triste, produto da ignorância e incompetência”, disparou Requião nesta quarta.
Como se vê, é bom Ratinho Junior já ir mudando de rumo.