O ex-jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, tenta se qualificar como órgão da extrema direita brasileira depois de sua “era de ouro” nos tempos de fetiche na finada Operação Lava Jato, entre 2014 e 2021.
Em baixa, a publicação cujo dono é ligado à Opus Dei é uma das incentivadoras de manifestações desta quarta-feira, 15 de novembro, pelo “Fora Lula” e “Fora Dino” em todo o país.
As pautas não poderiam ser mais fantasiosas, porém com potencial de despertar fundamentalistas, neofascistas e conservadores: aborto, impeachment de Lula, voto com contagem pública, ataque ao Senado, Fora Dino, dentre outras sandices.
“A terra não tremeu ainda! Aguarde, bandido! Sua hora tá chegando!”, diz uma das convocações nas redes sociais.
Há uma clara tentativa de conectar o ministro da Justiça, Flávio Dino, com Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, integrante da facção criminosa Comando Vermelho.
Dino, por sua vez, disse que irá processar os autores das mentiras.
“Aliás, fui avisado por um jornalista que a próxima ‘notícia jornalística’ é que tenho ligações com o PCC”, escreveu Dino no X (antigo Twitter).
“Daqui a pouco vão descobrir que sou mesmo um super-herói dos Vigadores. Além de criminosos, são ridículos”, completou o ministro.
A Gazeta do Povo, que na propaganda da televisão se diz contra a censura e a ditadura, tem histórico na capital paranaense de desrespeito à liberdade de expressão e de ataques a direitos trabalhistas.
Em dezembro de 2022, por exemplo, o ex-jornal Gazeta do Povo suspendeu a coluna do jornalista Célio Martins, mais antigo da casa, com 34 anos de jornalismo ético e responsável.
Martins é dirigente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a suspensão se deu em nome do extremismo de direita da publicação.
A loucura nisso tudo consiste em quem financia esses movimentos anti-Lula e anti-PT, bem como as pautas identitaristas de extrema direita: o próprio governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O atual blog Gazeta do Povo tem como um dos donos Guilherme Cunha Pereira, sócio da RPC, afiliada à Globo no Paraná.
A Globo é aquela emissora que veiculou anúncio “golden break duplo” [120 segundos] da Petrobras, no intervalo do Jornal Nacional, pelos “míseros” quatro milhões de reais cada inserção, de acordo com reverberação da Folha.
Parte dessa verba publicitária do governo federal é redistribuída para as afiliadas que também veiculam nos estados os comerciais do governo federal, dentre as quais a RPC, que alimenta o extremismo e o lavajatismo dos Cunha Pereira em Curitiba e no Paraná.
Não se trata apenas de campanhas da Petrobras, pois outros órgãos do governo federal igualmente despejam publicidades na Globo e, consequentemente, na RPC/Globo/Gazeta do Povo.
Sim, as extravagâncias de Guilherme Cunha Pereira, fervoroso seguidor da Opus Dai e da Lava Jato, são financiadas indiretamente com recursos públicos do governo federal.
Também com esses recursos autorizados pela SECOM (Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República), contraditoriamente, a Gazeta do Povo mantém artilharia pesada contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo do PT.
É um curioso caso em que o sujeito [governo] cava a própria cova.
Portanto, com a ajuda do governo Lula, a Gazeta do Povo traz ainda um “serviço” sobre a manifestação deste 15 de novembro pelo Fora Lula e pelo Fora Dino.
“VEJA ALGUNS LOCAIS E HORÁRIOS PREVISTOS DE MANIFESTAÇÕES EM TODO O BRASIL NO DIA 15/11”, grita a publicação, indicando os locais e horários.
Em Brasília, às 10h, na Cadetral; São Paulo, às 14h, na Avenida Paulista; Curitiba, às 14h, na Praça Nossa Senhora da Salete.
No entanto, as manifestações de hoje devem poupar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, o Xandão, por motivos óbvios.
“O único que pode fazer algo quanto ao STF e ao TSE é o Senado, mas ele é omisso”, alega uma das organizadoras das manifestações de hoje.
A gazeta do povo(minúsculo mesmo) é um esgoto a céu aberto)