Comandante da PM e Francischini foram “vítimas” de Beto Richa

francischini_ massacre_richaAs quedas do secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, nesta sexta-feira (8), e ontem (7) do comandante geral da PM, coronel César Kogut, envolvidos diretamente no planejamento e execução do massacre de professores e servidores públicos, no último dia 29 de abril, não finalizam a crise no governo de Beto Richa (PSDB).

O tucano foi o mandante do covarde ataque aos educadores e funcionários públicos que lutavam na praça do Centro Cívico contra o confisco da poupança previdenciária. Ele é o principal responsável pelos mais de 200 feridos no massacre. Francischini e Kogut, de certa forma, também são vítimas do “comandante geral” — que sempre foi o governador.

Ao afastar os auxiliares, Richa reconheceu os erros na operação militar contra uma categoria formada majoritariamente por mulheres. Falta ainda um pedido formal de desculpas do governador, que classificou os profissionais do magistério como “baderneiros” e integrantes de grupo de “black blocs”. Além das demissões, o tucano tem que voltar atrás do confisco do fundo previdenciário.

A demissão dos homens da segurança pública não os eximirá de “júri simulado” esta noite, a partir das 18h30, no teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O governador Beto Richa também estará entre os réus do julgamento. O Blog do Esmael vai transmitir ao vivo a sessão do júri em parceria com a TV UFPR.

Sobre o julgamento de hoje à noite:

O julgamento terá uma fase em que os fatos serão relatados por atores diretos dos eventos e também pelo Estado, que será notificado para tal; uma fase em que um colegiado de julgadores fará considerações, em vista dos fatos relatados; e uma fase de decisão, tomada pelo colegiado de julgadores, com a leitura de um documento com eventuais encaminhamentos.

Economia

Antes das considerações do colegiado de julgadores, serão lidas manifestações de Fabio Konder Comparato (jurista, USP) e Flavia Piovesan (jurista, PUC-SP), elaboradas especialmente para a ocasião.

O colegiado dos julgadores será composto por Celso Antonio Bandeira de Mello (jurista, PUC-SP), Jorge Luiz Souto Maior (jurista e magistrado, USP), Kenarik Boujkian (desembargadora, TJSP, ex-presidente da associação dos Juízes para a democracia), Pedro Rodolfo Bodê de Moraes (sociólogo, UFPR) e Larissa Ramina (Doutora em Direito Internacional pela USP).

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