Partido Republicano alcança maioria no Conselho Constitucional do Chile
O Partido Republicano, liderado por José Antonio Kast, alcançou uma vitória esmagadora nas eleições do Conselho Constitucional do Chile, garantindo a maioria no conselho com 22 cadeiras e 43,1% da representação. Além disso, a direita consolidou uma larga maioria no Conselho Constituinte, com 33 dos 50 membros (equivalente a 66%), e ultrapassou o quórum de 3/5 (30 diretores) necessário para elaborar as normas constitucionais e controlar o Conselho.
O Unidad por Chile, da aliança governista de centro-esquerda, apoiada pelo presidente Gabriel Boric, obteve 17 lugares, seguido por Chile Seguro, também de direita, com 11. Haverá um representante dos povos originários, que somam 12% da população. Vale ressaltar que o coletivo será paritário entre homens e mulheres.
Boric, que foi eleito no impulso das movimentações sociais de 2019-20, não conseguiu corresponder às expectativas por mudanças, mesmo sendo alinhado a Washington no plano externo.
Embora os republicanos tenham comemorado a vitória com festa e música, o líder do partido, José Antonio Kast, pediu união e humildade, afirmando que “o Chile precisa de todos nós e os republicanos trabalharão permanentemente com aqueles que têm o Chile em seus corações”. Kast é conhecido como “Bolsonaro do Chile“, devido às suas posições extremistas que se igualam às do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL).
O saldo no Chile Vamos, no entanto, foi de derrota total e arrependimentos, sobretudo pela perda de algumas das caras mais importantes da UDI, RN e Evópoli, e por ter sido dobrado pelo Partido Republicano, grupo com o qual competiam internamente no eleitorado de direita. A busca agora é por acordos dentro do corpo constitucional e deixar as divergências de lado. Em todo caso, o espírito transmitido pelos republicanos é que eles concordariam em buscar acordos.
O Partido Republicano se consolidou não só como a principal força dentro da direita, mas também como o principal partido nesta eleição, e um grupo que caminha a passos largos para as próximas eleições presidenciais. Ainda assim, a situação do Chile continua delicada, e como afirmou José Antonio Kast, “não é hora de comemorar nem dividir, é hora de trabalhar e trabalhar em unidade”. Os chilenos voltarão às urnas em novembro de 2025, quando o mandato do presidente Gabriel Boric será colocado à prova.
Portanto, essa derrota para do presidente Boric é um alerta para o futuro da democracia no Chile, que tem enfrentado muitos desafios nos últimos anos. É preciso ficar atento ao avanço da extrema direita, que tem ganhado força em vários países da América Latina.
Como evitar a derrota nas eleições municipais de 2024?
A análise da derrota no Chile nas últimas eleições pode ajudar a esquerda brasileira a se preparar para as eleições municipais de 2024, segundo Ivo Pugnaloni. A receita para a derrota, segundo ele, citando o portal Brasil 247, é seguir Washington e suas políticas que desgastam governos eleitos com apoio da esquerda. O Manual de Washington para Desgaste de Governos de Esquerda na América Latina tem como palavra de ordem “desindustrialização” a qualquer custo.
Para evitar a derrota, os governos de esquerda precisam entender a oportunidade que a luta pela reindustrialização abre. Washington atua dentro da esquerda com desenvoltura cada vez maior, através do sufocamento econômico de qualquer iniciativa. É fundamental insistir em pautar o ritmo com tudo que melhore a condição de vida do povo, reduzindo preços controlados pelo governo como gás de cozinha, combustíveis e lubrificantes, energia elétrica.
É importante calcular e publicar massivamente qual seria a redução dos preços de mercado que os consumidores deveriam sentir se houvesse repasse das reduções de preço destes componentes de custo. A sociedade mesmo seria a “fiscalizadora” do repasse das reduções de preços, podendo escolher melhor os fornecedores e apontar os que embolsarem a vantagem sem repasse ao consumidor.
O combate à inflação será o principal terreno de disputa política nas eleições municipais. Para isso, é fundamental que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário possam estar presentes com conteúdo e formato abertos e não apenas a cabo, em todo o território nacional. É por isso que a TV Brasil, EBR, Radio Nacional de Brasília precisam estar presentes em todas as regiões – para fazer a disputa pela narrativa.
A luta pela reindustrialização pode melhorar a vida do povo e como a sociedade pode fiscalizar o repasse das reduções de preços. Além disso, é importante alertar para a influência de Washington nas políticas que desgastam governos de esquerda na América Latina. É preciso estar atentos e preparados para evitar a derrota nas eleições municipais de 2024.
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Está é uma situação que deve servir de espelho para o atual Governo Federal. Se não funcionar de acordo com as espectativas do povo. Voltaremos a era Bozolóide com certeza como aconteceu no Chile. Acorda Lula, deixa que o Xandão cuidará do destino do Bozo. E você e sua equipe, cuida da nossas vidas que já não é fácil.