Bolsonaro comete ecocídio, afirma Haddad, ao lamentar maior desmatamento na Amazônia em 15 anos

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (19/11) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comete ecocídio ao concorrer com o maior desmatamento na Amazônia em 15 anos.

“Sob Bolsonaro, desaparece o equivalente a mais do que um “Líbano” de floresta amazônica, anualmente. Ecocida!”, escreveu Haddad no Twitter.

O ecocídio é uma nova tipificação de crime contra o conjunto da humanidade, mas sobretudo contra o planeta. A definição jurídica foi criada por uma comissão internacional de 12 juristas impulsionados pela sociedade civil.

Em julho passado, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) apresentou uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por genocídio e ecocídio perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).

A imprensa internacional destacou hoje os dados oficiais do Brasil de que a Amazônia teve o maior desmatamento desde 2006 e que os dados são de antes da COP26, a Cúpula do Clima da ONU.

Foram desmatados 13.235 km² de floresta entre agosto de 2020 e julho de 2021, segundo números do governo federal divulgados na quinta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Economia

Os dados que apontam uma alta de 22% no desmatamento entre 2020 e 2021 são de 27 de outubro, de antes do início da COP26 (a Cúpula do Clima da ONU), mas só foram revelados após o evento.

Enquanto Bolsonaro passeava de motocicleta no Catar, Oriente Médio, ambientalistas e imprensa mundial repercutem o encolhimento da floresta Amazônica.

“Desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos, e Governo é acusado de esconder dados da COP26”, diz o espanhol El País.

A Al Jazeera, rede de televisão árabe, também destaca que o maior desmatamento na Amazônia em 15 anos foram divulgados.

Já o francês “Le Monde” afirmou que “o desmatamento da Amazônia está se acelerando ainda mais” no Brasil.

“Desmatamento na Amazônia brasileira aumenta para pior em 15 anos”, gritou na manchete o The Washington Post.

O britânico The Guardian registrou que o “desmatamento na Amazônia brasileira em maior nível desde 2006” e que o aumento vem apesar dos esforços de Jair Bolsonaro para mostrar que seu governo está levando a preservação ambiental a sério.

A BBC de Londres, também, foi na mesma toada: “Desmatamento na Amazônia tem a maior taxa em 15 anos”.

Mesmo diante dessas evidências, de que a Amazônia está sendo destruída, o presidente Jair Bolsonaro afirmou esta semana em Dubai que a floresta não sofreu queimada porque ela é “úmida”.

“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam realmente o que ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível”, disse o mandatário no “Invest in Brasil Forum” [Fórum de Investimento no Brasil].