Em nota oficial, UPE e UPES repudiam convênio do governo do Paraná com rede Wal-Mart

O movimento estudantil sempre esteve na vanguarda das lutas sociais.
As entidades do movimento estudantil — UPE e UPES — lançaram nesta terça-feira (31) uma nota oficial conjunta repudiando o convênio celebrado na semana passada entre a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e a multinacional de supermercados Wal-Mart.

“Nós estudantes não somos mão de obra barata para sermos comercializados em convênios governamentais, apenas por interesses individuais e políticos”, diz trecho da nota de repúdio.

As entidades estudantis afirmam que a pasta comandada pelo vice-governador Flávio Arns assinou com o instituto Wal-Mart um “convênio escravista”.

“A parceria com a multinacional do varejo – área sabidamente problemática pelos abusos trabalhistas – está em consonância com a política da Seed no atual governo de restrição ao ensino profissional público”, denuncia outro trecho da nota oficial da UPE e UPES.

A seguir, leia a íntegra da nota oficial de repúdio da UPE e UPES sobre o convênio do governo do Paraná com a rede de supermercados Wal-Mart:

NOTA OFICIAL CONJUNTA DE REPÚDIO DA UPE E UPES

Economia

A União Paranaense dos Estudantes (UPE) e a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) vem a público declarar repúdio total a iniciativa da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que celebrou o acordo com a norte-americana Wal-Mart para preparar quadros para a multinacional de supermercados. Os estudantes do Estado do Paraná expõem aqui a sua contrariedade total à  atitude do Senhor Governador Beto Richa e do Secretário de Estado da Educação, Flávio Arns. Queremos o fim deste convênio escravista com a Multinacional Wal-Mart.

Queremos uma educação pública e de qualidade nas escolas de todo o estado do Paraná, com professores bem pagos, e valorizados, salas de aula equipadas, formação digna, e diversos avanços que sim, são possíveis. Nós estudantes não somos mão de obra barata para sermos comercializados em convênios governamentais, apenas por interesses individuais e políticos.

O governo Federal tem nos últimos anos investido muito na abertura de Institutos Federais (IFs), na valorização do Programa Nacional do Ensino Técnico (PRONATEC), por todo o Estado do Paraná. à‰ Necessária uma política de capacitação de mão de obra qualificada, mais eficaz no nosso estado, e que não necessite de convênios como este, o ensino técnico deve favorecer o desenvolvimento do nosso país e não o lucro de multinacionais, como Wal-Mart.

Para quem não conhece o convênio, o termo, assinado na semana passada entre a Seed e o Instituto Wal-Mart, cria o “Programa Escola Social do Varejo”, nada mais que um serviço de treinamento de mão de obra para atender à s necessidades imediatas do comércio varejista – e não para oferecer uma efetiva formação profissional ao público a que nominalmente se destina jovens de 16 a 24 anos, matriculados no ensino médio nas escolas estaduais.

A parceria com a multinacional do varejo – área sabidamente problemática pelos abusos trabalhistas – está em consonância com a política da Seed no atual governo de restrição ao ensino profissional público.

A educação pública viu novamente a forma de o governo Richa encarar o ensino profissional com a não abertura de turmas para o segundo semestre de 2012 (parcialmente revertida na semana passada).

Não vamos parar por aqui!
Queremos respostas, queremos uma educação justa e para todos.

NàƒO AO CONVàŠNIO SEED E WALMART!
NàƒO à€S EMPRESAS MULTINACIONAIS EM NOSSAS ESCOLAS!

POR UMA ESCOLA DE TODOS OS PARANAENSES E PARA OS TODOS PARANAENSES. E NàƒO PARA O GOVERNADOR E SUA EQUIPE.

União Paranaense dos Estudantes (UPE)
União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES)

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