Gabriel Boric vence o segundo turno e é o presidente eleito do Chile

O atual deputado da Frente Ampla, Gabriel Boric, será o novo presidente do Chile em março de 2022. O candidato do Aprovar Dignidade venceu no segundo turno presidencial na carta da Frente Social Cristã, José Antonio Kast.

O candidato da Aprovação da Dignidade venceu José Antonio Kast na votação e assumirá como Presidente da República em março de 2022.

Boric voltou a ganhar a votação na região metropolitana, a maior do país, e conquistou a votação nas regiões de Antofagasta e Atacama, onde Franco Parisi e Yasna Provoste haviam triunfado no primeiro turno, respectivamente.

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O deputado atingiu 54% das preferências, com 50% das pesquisas examinadas e será o próximo presidente do Chile a partir de março de 2022, quando Sebastián Piñera deixar o poder.

Embora se esperassem eleições apertadas antes das eleições, o Boric claramente prevaleceu na votação no exterior e também, embora por uma margem mais apertada, no país como um todo.

Às 19h15 deste domingo, Kast e seu comando reconheceram a derrota, chamando o Presidente eleito.

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“Acabei de falar com Gabriel Boric e o felicitei por seu grande triunfo. A partir de hoje ele é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. O Chile está sempre em primeiro lugar”, declarou Kast por meio das redes sociais.

Quem é Gabril Borich

O presidente eleito do Chile Gabriel Boric, de 35 anos, da coalizão de esquerda Apruebo Dignidad, venceu o segundo turno da eleição presidencial, deste domingo (19/12), contra o candidato da direita José Antonio Kast, de 55 anos, da Frente Social Cristiana, conhecido por suas posições mais próximas ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Ele é um ex-líder estudantil que fez sua campanha calcada no discurso da “esperança” e defendendo representar o anseio por mudanças, com a promessa de fortalecer um estado de bem-estar social no país.

Boric (pronuncia-se “Borich”) é definido até por seus mais ferrenhos críticos como conciliador e aberto ao diálogo. Mas esses opositores ressaltam, porém, sua “pouca experiência” e sustentou presença do Partido Comunista em sua aliança partidária. Seus aliados destacam que o presidente eleito é “um animal político”, com “sensibilidade social”, que tem a cultura de trabalhar em equipe e a atitude de liderança.

Sua maior crítica à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) é ter continuado com o modelo econômico liberal que deixou uma classe média e baixa endividada para pagar a educação, a saúde e a previdência privada.

Ao assistir a sua participação nos debates presidenciais, no primeiro turno, e nas entrevistas jornalísticas, seria possível acrescentar que o presidenciável não costuma se irritar ou sequer ficar ruborizado ou sinalizar algum tipo de tensão até diante das perguntas que poderiam complicar sua eleição.

Foi o que ocorreu, por exemplo, na noite de quarta-feira (08/12), quando um jornalista da TVN, de Santiago, apontou sua suposta mudança de discurso em relação aos imigrantes, já que passou a dizer que expulsaria os ilegais, ato que antes reprovava enfaticamente.

O Chile tem recebido forte presença de imigrantes venezuelanos. “Não serei como Donald Trump. Esse é um assunto humanitário. Mas temos que construir passagens para a imigração na fronteira e os que cheguem devem ter vistos emitidos em seus países de origem”, disse Boric, buscando tom de equilibrista.

Uma de suas frases emblemáticas é: “Sou partidário de que a imprensa tem que incomodar o poder.” .

Boric conseguiu na reta final da campanha pelo Palácio presidencial La Moneda demonstrar e convencer que também governará para o eleitorado de centro e de direita.