A vida como ela é nos tempos de Covid-19

O Blog do Esmael tem acompanhado com apreensão a reestruturação de empresas e negócios nesse período especial da pandemia de Covid-19, e, por óbvio, a corda sempre continua arrebentando para o lado mais fraco: do trabalhador.

Antes de prosseguirmos com essa nossa prosa, recordemos que a reforma trabalhista precarizou a mão de obra e enfraqueceu as representações sindicais, portanto, a classe obreira ficou desguarnecida nessa temporada de coronavírus.

Esclarecido isso, o fenômeno da uberização (trabalho sem vínculo) –num primeiro momento—deu a falsa sensação de que os trabalhadores teriam um “upgrade” virando “empreendedores”. Nada mais falso.

Em 13 de maio de 1888, os escravos brasileiros também acreditaram que estavam sendo “libertados” pela Lei Áurea, no entanto, 132 anos depois os negros ainda continuam carecendo de uma verdadeira libertação política, econômica e social. Mas a mídia e as instituições juram que há uma “igualdade” na sociedade. Sim, ela é existe, mas essa “igualdade” é somente formal e precisa entrar no mundo material.

Nesses tempos de Covid-19, a vida ficou mais dura para quem tem menos. Recebemos diariamente notícias de empresas que estão demitindo na proporção de até 70% do quadro de funcionários pré-pandemia.

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A crise econômica já existia antes mesmo da chegada do vírus ao País, qual seja, a pandemia “justificou” os cortes que já eram idealizados por todos setores econômicos. Tal constatação, omitida pela velha mídia, protege o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes da tragédia neoliberal, que, criminosamente, privilegia os bancos e os especuladores em detrimento das demandas do povo.

Nesse breu neoliberal –que mistura coronavírus, Bolsonaro, Guedes e mídia– há os caloteiros que aproveitaram a pandemia para aplicar calotes em empregados e fornecedores.

O Blog do Esmael flagrou uma porta comercial cerrada, em Curitiba, com uma pichação bastante esclarecedora e assustadora: “caloteiro” (vide foto).

Ainda não temos números concretos para dimensionar o tamanho da desgraça provocada por Bolsonaro, Guedes e velha mídia [que defende os interesses de determinados grupos econômicos, embora ela se arvore protetora “universal” de toda a sociedade].

Economistas sérios, da cepa desenvolvimentista, estimam que o PIB do Brasil poderá cair mais de 15% neste ano. Do ponto de vista do emprego, lamentavelmente, o País já ostentava antes mesmo da pandemia o título de “O País do Desemprego”, de acordo com dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

A vida como ela é em tempos de Covid-19 exige mais do saída de Bolsonaro do governo: a interrupção da imbecilidade neoliberal conduzida por Paulo Guedes e apoiada pela velha mídia.