Secom de Bolsonaro faz campanha usando o símbolo dos Estados Unidos

O fetiche pelo “Tio Sam” continua em alta no governo Bolsonaro. Depois do presidente posar para fotos em frente a uma bandeira dos Estados Unidos, agora a Secretaria de Comunicação lança uma campanha usando o símbolo dos EUA, o “Tio Sam”.

A Secom escreveu: “O Governo retirou o sigilo bancário das operações envolvendo recursos públicos federais, inclusive em transações com estados, municípios e instâncias da administração federal. A medida vale desde abril de 2019, e pode ajudar muito neste momento de combate ao #coronavírus

O “Tio Sam” é a personificação nacional mais conhecida dos Estados Unidos. O nome surgiu das inicias dos “United Estates”, “US” ou Uncle Sam – Tio Sam em português.

O governo Brasileiro usar esse símbolo chega a ser um escárnio. Não adianta pintar o “Tio Sam” de verde e amarelo.

Acima, o presidente posa para foto em frente a bandeira dos EUA na manifestação de domingo.

Economia

Bolsonaro lidera manifestação antidemocrática em Brasília, ignorando perigo de contágio por coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retomou a ofensiva antidemocrática neste domingo (3) ao participar de manifestação, em Brasília, com ataques ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à imprensa. Durante o protesto chapa-branca, em frente ao Palácio do Planalto, repórteres do Estadão, Folha, Poder 360 e Globo foram agredidos pela horda bolsonarista.

Bolsonaro liderou hoje mais uma jornada antidemocrática reunindo perigosamente centenas de pessoas, ignorando as recomendações das autoridades sanitárias de evitar aglomerações enquanto durar a pandemia de coronavírus.

O Brasil tem 101 mil casos confirmados de coronavírus e 7.025 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

“Bolsonaro e seus apoiadores debocham das vítimas do coronavírus e da democracia brasileira”, criticou a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). “Merecem repúdio de todos que queremos um país melhor e livre do autoritarismo e do ódio”, disse.

Gleisi usou o Twitter para mandar mais um recado para Bolsonaro: “Saia você e todo seu governo nefasto. Queremos você Fora!”

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como já anotado antes aqui no Blog do Esmael, soltou uma “notinha de repúdio” às agressões bolsonaristas.

“Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”, tuitou o Botafogo.

O ministro Gilmar Mendes, do STF, disse que a agressão a cada jornalista é agressão à liberdade de expressão e agressão à própria democracia. “Isso precisa ficar bem claro e tem que ser claramente repudiado.”

“Bolsonaro diz que quer um governo ‘sem interferências’, ou seja, uma ditadura. É da essência da tripartição funcional do Estado que os Poderes interfiram uns nos outros. Na verdade, Bolsonaro está com medo da delação de Moro e de ser obrigado a mostrar o exame do coronavírus”, afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, também se manifestou acerca da participação e ataques de Bolsonaro à democracia.

“Os limites que existem são os da Constituição, e valem para todos, inclusive e sobretudo para o presidente. A única paciência que chegou ao fim, legitimamente e com razão, é a paciência da sociedade com um governante que negligencia suas obrigações, incita o caos e a desordem, em meio a uma crise sanitária e econômica.”

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Barracas do Véio da Havan no acampamento pró-Bolsonaro em Brasília

Bolsonaro vai nomear novo diretor-geral da PF nesta segunda-feira

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (3) que amanhã, segunda-feira (4), irá nomear o novo diretor-geral da Polícia Federal. Sem citar nome do futuro comandante do órgão, o presidente afirmou que “chegou no limite” e “daqui para frente não tem mais conversa” e a Constituição “será cumprida a qualquer preço”.

Bolsonaro ficou irritado a semana inteira por causa da decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a PF. Até agora, a Polícia Federal segue com a estrutura antiga.

“Vocês sabem que o povo está conosco, as forças armadas ao lado da lei, da ordem, da democracia, liberdade também estão ao nosso lado. Vamos tocar o barco, peço a Deus que não tenhamos problema nessa semana, porque chegamos no limite, não tem mais conversa, daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. Amanhã nomeados novo diretor da PF, e o Brasil segue seu rumo”, afirmou em discurso publicado nas suas redes sociais.

Parte da Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi tomada hoje por manifestantes pró-Bolsonaro. Eles acamparam em frente ao Congresso Nacional e, nesta tarde, se deslocara até o Palácio do Planalto, de onde o presidente da República os saudou.

Jair Bolsonaro recebeu a manifestação de apoio algumas horas depois de o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, depor na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Após 8 horas de interrogatório, o ex-juiz teria entregado áudios e mensagens que comprovariam a tentativa de interferência do presidente nas investigações da PF e do Supremo Tribunal Federal.

Apesar de as barracas serem padronizadas [Made in Véio da Havan], Bolsonaro jurou que a manifestação organizada em Brasília foi espontânea, com chefes de família, “pela governabilidade, democracia e liberdade”. Ele disse ainda que tem o povo ao seu lado e as Forças Armadas ao lado do povo pela “lei, ordem, democracia e liberdade.

Bolsonaro voltou a defender a volta ao trabalho e criticou governadores e prefeitos que estariam, de forma irresponsável, destruindo empregos. “Brasil como um todo reclama volta ao trabalho, essa distribuição de empregos irresponsável por parte de alguns governadores é inadmissível, o preço será muito alto na frente, desemprego, miséria”, afirmou.

Para o presidente Jair Bolsonaro, “o País de forma altiva vai enfrentar seus problemas, sabemos do efeito do vírus, mas infelizmente muitos serão infectados, infelizmente muitos perderão suas vidas também, mas é uma realidade, e nós temos que enfrentar. Não podemos fazer com o que o efeito colateral do tratamento do combate ao vírus, seja mais danoso que o próprio vírus”.