Isso a Globo mostra: Twitter apagou posts de Bolsonaro que ameaçavam vidas

Reprodução: Fantástico/Globo.
A televisão dos Marinho não apresentou este domingo (29), no Fantástico, o quadro #IssoAGloboNãoMostra, mas fez questão de mostrar que o Twitter apagou dois posts do presidente Jair Bolsonaro que ameaçavam vidas por violar regras da rede social.

O aplicativo afirmou em nota que ‘expandiu regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19’.

Sim, o Twitter deu mais credibilidade para as informações do Ministério da Saúde [Henrique Mandetta] que às de Bolsonaro, classificadas como fake news, que colocam em risco vidas humanas.

Bolsonaro havia publicado no Twitter vídeos em que ele aparecia violando o isolamento social estabelecido para conter o avanço do coronavírus no País. E mais: o presidente estava estimulando as pessoas a saíram às ruas e a se aglomerarem, em um momento que o mundo restringe a circulação.

“Este tweet não está mais disponível porque violou as regras do Twitter”, diz a mensagem no lugar dos posts presidenciais apagados.

Os tuítes defenestrados hoje eram imagens de Bolsonaro batendo pernas nas cidades satélites de Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho. Elas ficam no Distrito Federal.

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Em seu blog, o Twitter explica quando um post é apagado nesses tempos de COVID-19:

“[Medidas que estamos tomando:] Abranger nossa definição de danos para atuar em conteúdos que vão diretamente contra as informações globais e locais de saúde pública orientadas por fontes oficiais. Em vez de depender de denúncias, atuaremos próximos a parceiros confiáveis, incluindo autoridades de saúde pública e governos, e continuaremos usando e consultando informações dessas fontes ao revisar os conteúdos. Sob essa nova orientação, solicitaremos que as pessoas removam Tweets que incluam:

  • Negação das recomendações de autoridades de saúde locais ou globais para diminuir a possível exposição ao COVID-19 com a intenção de influenciar as pessoas a agir contra as orientações recomendadas, como: “o distanciamento social não é eficaz” ou incentivar ativamente as pessoas a não se distanciar socialmente em áreas impactadas pelo COVID-19.
  • Descrição de tratamentos ou medidas de proteção que não sejam diretamente prejudiciais, mas ineficazes; que não se aplicam ao contexto do COVID-19; ou que estão sendo compartilhadas com a intenção de enganar outras pessoas, mesmo que sejam em tom de humor, como “o coronavírus não é resistente ao calor – caminhar ao ar livre é suficiente para se proteger” ou “use aromaterapia e óleos essenciais para prevenir o COVID-19”.
  • Descrição de tratamentos prejudiciais ou medidas de proteção ineficazes; que não se aplicam ao COVID-19; ou estão sendo compartilhadas fora de contexto para enganar pessoas, mesmo que sejam feitas em tom de brincadeira, como “beber água sanitária e ingerir prata coloidal curará o COVID-19”.
  • Negação de fatos científicos estabelecidos em relação a transmissão durante o período de incubação ou orientação das autoridades de saúde locais e globais, como “COVID-19 não infecta crianças porque não vimos nenhum caso de crianças doentes”.
  • Afirmações específicas em torno das informações do COVID-19 que têm como objetivo manipular as pessoas para um determinado comportamento, para ganho de terceiros com um pedido de alguma ação, como “o coronavírus é uma fraude e não é real – saia e curta seu bar local!!” ou “as notícias sobre lavar as mãos são propaganda para as empresas de sabão, parem de lavar as mãos” ou “ignorem as notícias sobre o COVID-19, elas são apenas uma tentativa de destruir o capitalismo, quebrando o mercado de ações”.
  • Afirmações específicas e não verificadas que incitam as pessoas a agir e causam pânico generalizado, agitação social ou desordem em larga escala, como “a Guarda Nacional acaba de anunciar que não haverá mais reposição de alimentos por 2 meses – vá até o supermercado o mais rápido possível e compre tudo o que puder!”
  • Afirmações específicas e não verificadas feitas por pessoas que se passam por um funcionário, organização ou governo de saúde, como uma conta de paródia de um oficial de saúde italiano afirmando que a quarentena do país acabou.
  • Propagação de informações falsas ou enganosas sobre os critérios ou procedimentos de diagnóstico do COVID-19, como “se você puder prender a respiração por 10 segundos, não terá coronavírus”.
  • Declarações falsas ou enganosas sobre como diferenciar COVID-19 de outra doença e informações que tenham o objetivo de diagnosticar alguma pessoa, como “se você tem tosse úmida, não é coronavírus – mas tosse seca é” ou “você vai sentir como se estivesse se afogando em catarro se tiver coronavírus – não é uma secreção nasal normal”.
  • Informações de que grupos específicos ou nacionalidades nunca são suscetíveis ao COVID-19, como “pessoas com pele escura são imunes ao COVID-19 devido à produção de melanina” ou “a leitura do Alcorão tornará um indivíduo imune ao COVID-19”.
  • Afirmações de que grupos específicos ou nacionalidades são mais suscetíveis ao COVID-19, como “evite empresas pertencentes ao povo chinês, pois é mais provável que tenham o COVID-19”.