Queiroz pode ser a ‘bola da vez’ da milícia, após ‘queima’ de Adriano


A operação policial que resultou na execução de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope e chefe da milícia “escritório do crime”, neste domingo (9) em Esplanada, interior da Bahia, revelou que o método de “queima de arquivo” foi acionado para evitar a todo custo a verdade sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Adriano tinha forte ligação política e pessoal com o clã Bolsonaro.

O ex-capitão Adriano dizia que era um arquivo vivo e que temia ser executado. O advogado Paulo Emílio Catta Preta recebeu uma ligação telefônica de seu cliente Adriano da Nóbrega, na última quarta-feira (5), quando alertou que a polícia queria matá-lo, não prendê-lo.

Ao site UOL, o advogado relatou a única e última conversa que teve com Adriano: “Se eu entrar na prisão eu tô morto em um período muito curto e tenho absoluta certeza de que essa operação não é para me prender, é para me matar”, disse o ex-capitão após uma operação na Costa do Sauípe (BA).

Adriano tinha forte relação política e pessoal com o clã Bolsonaro. Ele nomeou parentes para o gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro e operava com ex-PM Fabrício Queiroz, uma espécie de faz tudo e tesoureiro do clã Bolsonaro.

A morte de Adriano é um alerta para Queiroz, que se encontra foragido e pode ser o novo alvo da milícia. Ele conhece muito bem os métodos de seus velhos amigos.

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Resta saber o que farão de Fabrício Queiroz, um “arquivo ambulante” da família Bolsonaro.