Lava Jato vê abusos do STF e pede socorro ao Senado

A Lava Jato do Rio de Janeiro, por meio do procurador Eduardo El Hage, 39, coordenador da força-tarefa no estado, vê abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) e pede socorro ao Senado. Ele afirma que espera atuação do parlamento contra contrapeso dos ministros da corte máxima.

Em entrevista à Folha, El Hage criticou o presidente do STF Dias Toffoli por requer dados fiscais sigilosos de 600 mil contribuintes.

“Como falar de um poder moderador que, de um lado, emite sinais muito violadores de garantias fundamentais e, de outro, se pinta como tribunal garantista?”, comparou o coordenador da Lava jato no Rio.

Recentemente, numa das reportagens do site The Intercept Brasil, Eduardo El Hage foi citado numa das conversas da procuradora Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal em São Paulo, que teria colaborado com o advogado Modesto Carvalhosa na redação de um pedido de impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes.

O procurador Deltan Dallagnol, ao saber do manifesto pelo impeachment de Gilmar, pediu para que a procuradora de São Paulo procurasse o pessoal do Rio.

Thaméa respondeu a Deltan informando que já estava em contato com Eduardo El Hage, procurador da República no Rio.

Economia

Dito isto, voltemos à vaca fria.

El Hage listou os problemas enfrentados pela Lava Jato:

  • a lei do abuso de autoridade;
  • a decisão que redefiniu a ordem das alegações finais;
  • a suspensão das investigações que tinham por base relatórios do Coaf [atual UIF];
  • o envio de crimes de corrupção para a Justiça eleitoral; e
  • a decisão que impediu o cumprimento da pena em segunda instância.

Na entrevista à Folha, o coordenador da Lava Jato no Rio ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por não ajudar ao combate à corrupção e por facilitar o desmonte das investigações da força-tarefa ao modificar a estrutura do Coaf. El Hage também afirma que Bolsonaro nada fez no Congresso Nacional para garantir a prisão após condenação em 2ª instância.

As mágoas da Lava Jato ainda atingem o ministro da Justiça Sérgio Moro, ex-juiz federal e parceiro de conluio com Deltan Dallagnol –segundo a Vaza Jato, série de reportagens do Intercept.

Para o procurador Eduardo El Hage a associação da imagem de Moro com o governo Bolsonaro prejudicou a imagem da Lava Jato.

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