Para professores, Semana Demagógica! reforça necessidade de greve na educação

Comunidade do município de Cantagalo se mobiliza contra a superlotação nas salas.
Comunidade do município de Cantagalo se mobiliza contra a superlotação nas salas.
O governo de Beto Richa (PSDB) realiza até amanhã, dia 8, nas 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná, a Semana Pedagógica. O megaevento, também chamado carinhosamente! pelos cerca de 100 mil participantes como Semana Demagógica!, segundo os educadores, reforça a necessidade de os profissionais entrarem em greve contra o desmonte da educação perpetrado pelo tucanato.

Professores e funcionários das escolas avaliam que essa Semana Demagógica! é a pior já realizada em todos os tempos. Nem no tempo de Jaime Lerner [governador entre 1995 e 2003] tivemos uma semana tão desastrosa e improdutiva!, dizem.

A Semana Demagógica está sendo um desastre: material duvidoso, perguntas ridículas, repetitivas e muita revolta em relação Matriz Curricular imposta. Todos os anos a sandice se repete: o tempo que poderia ser utilizado para discutirmos os problemas específicos de nossas escolas ou para planejamento, é utilizado com vídeos e leituras onde educadores! que não sabem o que é uma sala de aula atualmente, não dizem nada de concreto e não nos apontam soluções!, afirmou a professora Irene, que vereadora do PMDB em Uniflor, Noroeste do Paraná.

Senhor, tende piedade dos professores do Paraná. Que a “Semana Demagógica” termine logo!!, completou a educadora.

Ao defender a greve, programada para março, os educadores ressaltam que a luta da categoria é pelo cumprimento da Lei do Piso que prevê 33% de hora-atividade, auxílio saúde e concurso público prometidos pelo governo para 2012, plano de carreira para funcionários, melhor estrutura nas escolas, dentre outras reivindicações.

Os protestos do magistério, nesta semana demagógica, ganharam força adicional nas redes sociais. A professora Janaina Chaves, por exemplo, diretora de escola em Ivaiporã, Vale do Ivaí, desabafou com razão:

Economia

Emputecida, perdemos em nossa escola duas salas de apoio de português, duas de matemática, vinte horas de pedagogo e quarenta de administrativo. Até quando vamos perder, perder, perder, com este governo?!, registrou no Facebook.

O descontentamento não para por aí. A professora Patrícia Santos, do Colégio Estadual Olavo Bilac, de Cantagalo, na região Centro-Sul, a 330 km de Curitiba, em contato com o blog, conta que a única escola do município, com 1.614 alunos, funciona com as salas superlotadas. Segundo a denúncia dela, as condições são degradantes tanto para os estudantes quanto para os profissionais da educação.

O diabo é que, no quesito infraestrutura, o tucano destinou média anual de R$ 70 milhões, em 2011 e 2012, para obras nas escolas da rede pública estadual. O valor é quase a metade dos R$ 130 milhões !” também média anual !” gastos nos governos peemedebistas de Roberto Requião e Orlando Pessuti (relembre clicando aqui).

Mas, segundo o governo do PSDB, os problemas da educação acabarão depois da Semana Demagógica!. Vídeos exibidos desde a última segunda-feira (4) dão a entender que os educadores não precisam de salários dignos, mas sim de motivação. Richa resgatou, inclusive, um guru neoliberal da era Jaime Lerner, do tempo da secretária Alcione Saliba, contratado para convencer! os educadores de que a responsabilidade pelo bom funcionamento das 2,1 mil escolas da rede pública estadual é deles e menos do poder público (relembre clicando aqui).

Não há nada que motive os professores do Paraná, diante do que estamos vivendo. Os governantes querem nos imputar responsabilidades que não são nossas. Não há professores perfeitos, mas, bem ou mal, diante do que nos é oferecido, fazemos a nossa parte!, finalizou professora Irene.

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