Tudo joia, Bolsonaro?

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu um terceiro conjunto de joias de ouro branco e diamantes, avaliado em mais de R$ 500 mil, dado pelo regime da Arábia Saudita quando deixou o mandato, no final de 2022. Este presente inclui um relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes, que sozinho é avaliado em mais de R$ 360 mil. A guarda dessas joias permaneceria no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, no ano passado, o então presidente deu novas ordens para ter o conjunto, fisicamente, em suas mãos.

Esta nova denúncia se soma às demais tentativas de Bolsonaro de ficar com joias recebidas do regime árabe. Em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com presentes dos sauditas, sem fazer a devida declaração dos bens. Uma caixa de presentes, já estimada em cerca de R$ 1 milhão, passou pela alfândega sem a devida declaração, sendo somente depois retida e devolvida ao governo saudita.

É importante ressaltar que a Arábia Saudita, que presenteou Bolsonaro com as joias, comprou uma refinaria da Petrobras pela metade do preço, em 2019. Esta venda foi realizada em um momento em que o presidente da época, Jair Bolsonaro, prometia “limpar” a empresa de corrupção.

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O presente recebido pelo ex-presidente Bolsonaro coloca em questão a ética de políticos que aceitam presentes de regimes estrangeiros. Além disso, é preocupante que Bolsonaro tenha decidido manter as joias em seu acervo pessoal, em vez de entregá-las ao patrimônio público, como é devido.

Com isso, fica a pergunta: tudo joia, Bolsonaro?

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Embora haja uma histeria da parte da velha mídia, que espetaculariza isso, esses alegados valores das joias não representam um grão de areia diante do prejuízo para o erário com as privatizações e concessões de serviços essenciais públicos, além, é claro, da mortal taxa de juros mais alta do planeta e a política de preço da Petrobras.

Não é à toa que a Paraná Pesquisas apontou recentemente que esse tema das joias não abala os apoiadores de Bolsonaro, cujo apoio negativo oscilou dentro da margem de erro.

Portanto, fica a dica para as forças democráticas e populares do país: focar no que realmente interessa ao povo brasileiro; retomar o desenvolvimento e o emprego; recuperar a soberania nacional, a Eletrobras e o Banco Central como bens inalienáveis da sociedade.

Economia

Em tempo: Bolsonaro promete voltar ao Brasil na quinta-feira (30/3), em Brasília.

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