Sobre o perigo da censura nas redes sociais em nome do combate às fake news

O debate acerca das fake news precisam ser aprofundadas, mas a proibição de publicações –por meio de algoritmos– pode ruir o Estado Democrático de Direito. Essa sempre foi a posição do Blog do Esmael.

Neste sábado (09/10), o Globo publica entrevista com o britânico Ben Hammersley, que, em 2004, cunhou a expressão “podcast”. Ele é autor de livros sobre disrupção digital, cibersegurança e inovação tecnológica.

“Regular as coisas que as pessoas dizem nas redes sociais é o começo de um caminho perigoso. Se defendermos a censura a quem diz mentiras sobre a Covid-19, ficará mais fácil para políticos insistirem na censura de quem os critica. Uma vez que a tecnologia da censura esteja montada, poderá ser usada para qualquer coisa.”

Bingo!

Controlar o que as pessoas dizem nas redes sociais é limitar a liberdade de expressão –um direito de primeira geração, conquista do liberalismo.

Talvez o caminho mais adequado seria o Estado regular os algoritmos, que dificultam o acesso da sociedade à informação.

As fake news podem ser combatidas com a proibição da robotização das redes sociais e da frequente repetição de publicações.

Economia

Para os exageros que as pessoas dizem [publicam] nas redes sociais, no entanto, a legislação brasileira já dá conta disso por meio do marco civil da internet.

Nesse debate é preciso uma desmistificação urgente: a velha mídia corporativa está do outro lado do balcão, isto é, a favor da censura; ela pretende o monopólio da verdade para faturar mais e continuar influenciando no poder; os jornalões, hoje, são a ‘longa manus’ dos fundos de investimentos e dos bancos.

Portanto, em nome do suposto combate às fake news, a velha mídia pretende implantar a ditadura da opinião única [dela e do mercado]. E a história no mundo já mostrou que nenhum tipo de ditadura é uma boa ideia.

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