O governador da Bahia, Rui Costa (PT), classificou como “nazista” o pedido do procurador Deltan Dallagnol para que se fizesse busca e apreensão por uma “questão simbólica” contra o senador Jaques Wagner (PT-BA) dias antes da eleição do segundo turno.
Wagner era coordenador da campanha do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, que disputava o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL).
“Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, recomendou o procurador Deltan Dallagnol numa das mensagens que, diante de ponderação de seu interlocutor, outro procurador, completa: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA [busca e apreensão] até, por questão simbólica”.
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“A sociedade apoia investigação séria para combater a corrupção mas não apoia um judiciário e um MP em formato de partido político com feições nazistas numa perseguição cruel aos seus adversários por “questão simbólica””, protestou neste sábado (29) o governador baiano.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), a pressa de Deltan para promover ação a 4 dias do 2° turno prova que ele usou seu cargo e a estrutura do Ministério Público Federal (MPF) para influenciar a eleição, violar o processo eleitoral e a democracia.
"Questão simbólica”. Um atentado contra o estado de Direito e a Democracia.
Deltan Dallagnol escolhe como alvo o senador Jaques Wagner p/ busca e apreensão por uma questão simbólica, dias antes da eleição. Nada de justiça. É um crime contra a democracia e o estado de Direito— Rui Costa (@costa_rui) 29 de junho de 2019
Essa atitude é tão perversa quanto a ditadura. A sociedade apoia investigação séria para combater a corrupção mas não apoia um judiciário e um MP em formato de partido político com feições nazistas numa perseguição cruel aos seus adversários por “questão simbólica”. Indignação!
— Rui Costa (@costa_rui) 29 de junho de 2019
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.