Richa vai privatizar a Copel e a Sanepar após o Carnaval

Após o Carnaval, o governador do Paraná Beto Richa (PSDB) vai apresentar novo ‘pacote de maldades’ na Assembleia Legislativa prevendo a privatização da Sanepar e da Copel — as companhias estatais de água e luz.

O tucano pretende abrir mão do controle de todas ações nessas duas empresas estratégicas.

Hoje, embora uma parte dessas ações seja negociada na bolsa de valores, a maioria ainda pertence ao governo do estado.

Em um passado não muito distante, em 2001, pesquisas de opinião apontavam que 98% dos paranaenses eram contrários à venda da Copel. Na época, o então governador Jaime Lerner tentou, mas a sociedade e os partidos políticos foram às ruas para barrar — e conseguiram — a entrega da estatal de energia.

Em 2017, tão logo retorne das férias no exterior, Beto Richa pegará carona na exigência de Michel Temer (PMDB) de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Ou seja, o o tucano assimilará a contrapartida à ajuda financeira privatizando empresas dos setores financeiro, de energia e saneamento.

O governo Beto Richa quebrou de maneira insanável o estado combinando “ajuste fiscal” com “corrupção”. É exatamente a mesma fórmula que desgraçou o Espírito Santo, arrebentou o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro.

Economia

O tucanato transformou o estado num saco sem fundo. Mesmo privatizando, vendendo, doando todos os ativos (patrimônio público) não bastará para cobrir a farra dos últimos 7 anos.

Nesta quarta (22), o secretário da Fazenda Mauro Ricardo Costa poderia ser inquirido sobre essas privatizações na audiência pública na Assembleia Legislativa. Ele próprio já revelara antes o propósito de vender 100% do controle da Sanepar e a Copel.

Retrocesso e cadeia

Com exceção de FHC, todos os ex-presidentes latino-americanos, que foram ícones do neoliberalismo nos anos 90, ou foram depostos do poder ou terminaram na cadeia depois de criminosos processos de privatização.

Dito isto, o ilegítimo Michel Temer retoma programa de desestatização falido há 30 anos. Sim, o Brasil deu marcha à ré de três décadas em apenas 9 meses de golpe de Estado.

Agora a palavra de ordem dos golpistas — também alardeada pela velha mídia — consiste em “ajudar” os estados quebrados por meio de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Entretanto, o governo federal exige (chantageia) como contrapartida a privatização de empresas dos setores financeiro, de energia e saneamento.

Curioso é que os maiores interessados nesses ativos de estatais de água, luz, lixo e bancos são financiadores de campanhas eleitorais ou conglomerados financeiros atolados nos escândalos da Lava Jato e de contas secretas na Suíça.

Em tempo: FHC não foi preso, mas virou um morto-vivo.

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