A crise da Sanepar passou a pressionar também o debate eleitoral de 2026. O deputado estadual e pré-candidato ao governo do Paraná Requião Filho (PDT) cobrou publicamente que os principais nomes colocados na disputa se posicionem sobre o escândalo que atinge o Palácio Iguaçu e o governo Ratinho Júnior (PSD).
Em publicação nas redes sociais, Requião Filho criticou o silêncio dos pré-candidatos do PSD que buscam a bênção do governador. O pedetista citou nominalmente Sergio Moro (União Brasil), líder nas pesquisas, afirmando que o ex-juiz está “mais mudo” do que o esperado diante de denúncias graves envolvendo uma estatal estratégica do Paraná.
“O silêncio dos pré-candidatos que buscam apoio de Ratinho Júnior pelo PSD é ensurdecedor”, escreveu Requião Filho. Em tom duro, questionou se estariam “amordaçados, com medo ou cúmplices”. Na mesma postagem, acrescentou: “Em tempo, Moro também está calado”.
A cobrança ocorre em um momento em que a oposição divulga novos áudios que aprofundam as suspeitas de irregularidades na Sanepar, incluindo suposta arrecadação paralela para campanhas eleitorais. Requião Filho é um dos autores das representações encaminhadas à Polícia Federal, ao Ministério Público Eleitoral e a outros órgãos de controle.
No campo governista, o desconforto é visível. O PSD mantém três pré-candidatos à sucessão de Ratinho Júnior, Alexandre Curi, Guto Silva e Rafael Greca, mas nenhum deles se pronunciou publicamente sobre o escândalo da Sanepar até agora.
Para Requião Filho, o silêncio não é neutro. Segundo ele, quem pretende governar o Paraná precisa dizer claramente como vê o uso político de estatais e quais medidas defende diante de suspeitas de corrupção. A ausência de posicionamento, sustenta o pedetista, contribui para normalizar práticas que o caso Sanepar trouxe à tona.
A pressão também se estende à oposição. Ao citar Sergio Moro, Requião Filho busca empurrar o tema para o centro da disputa eleitoral. A avaliação nos bastidores é de que o silêncio do senador evita desgaste imediato, mas pode se tornar um passivo político à medida que o escândalo evolui.
O caso Sanepar, que começou como um problema administrativo e ganhou dimensão nacional, passa agora a funcionar como divisor de águas na pré-campanha de 2026. Para a oposição, o tema exige respostas públicas. Para os pré-candidatos, o silêncio cobra preço.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.




