O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta quinta-feira (31), em entrevista ao programa de José Luiz Datena, na Band, que não dá para ler mais a Folha de S. Paulo. Bolsonaro determinou que o Palácio do Planalto cancele as assinaturas do jornal.
Para Bolsonaro, não dá para confiar no jornal. Por isso a medida extrema, que pode ser igualada aos nazistas na Alemanha que queimavam livros.
“Determinei que todo o governo federal rescinda e cancele a assinatura da Folha de S.Paulo. A ordem que eu dei [é que] nenhum órgão do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo aqui em Brasília. Está determinado. É o que eu posso fazer, mas nada além disso”, regozijou-se, na entrevista a Datena.
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“Espero que não me acusem de censura. Está certo? Quem quiser comprar a Folha de S.Paulo, ninguém vai ser punido, o assessor dele vai lá na banca e compra lá e se divirta. Eu não quero mais saber da Folha de S.Paulo, que envenena o meu governo a leitura da Folha de S.Paulo”, disparou Bolsonaro.
Advertido por Datena, o presidente jurou que não se trata censura à Folha. “Não é uma forma de censura, nada”.
A Folha, por óbvio, não gostou do cancelamentos das assinaturas pelos órgãos do governo federal. Em nota, o jornalão lamentou “mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai continuar fazendo, em relação a seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os outros governos”.
A Folha vem divulgando os malfeitos antes, durante e depois da eleição de Bolsonaro. O jornal é parceiro do site The Intercept Brasil na publicação da série #VazaJato, que envolve ao menos um de seus ministros, o da Justiça, Sérgio Moro.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.