Juliano Medeiros: PSOL sinaliza federação com a Rede e apoio a Lula

► PSOL aprova pontos programáticos para construir unidade das esquerdas nas eleições

► A abertura oficial das discussões ocorrerá em um ato dia 16, em Brasília, e contará com coletiva de imprensa e presença dos presidentes de partidos

► PSOL avisa Rede que não abdica de ter, no âmbito da federação, uma definição comum sobre a eleição presidencial

Em reunião da sua Executiva Nacional nesta sexta-feira, 11 de fevereiro, o PSOL decidiu pela abertura de negociações com o PT e demais partidos de esquerda para firmar uma aliança eleitoral nas eleições de 2022 em torno da candidatura do ex-presidente Lula. Para isso, aprovou os pontos programáticos que nortearão as conversas. A abertura oficial das discussões ocorrerá em um ato dia 16, em Brasília, e contará com coletiva de imprensa e presença dos presidentes de partidos.

O PSOL sinaliza com federação com a Rede, mas não abre para palanques diferentes nos estados em torno de Lula.

Os três principais itens programáticos aprovados para basear as negociações com o PT e apoio à candidatura de Lula foram

  • o apoio à revogação das medidas implementadas após o golpe de 2016 (reforma trabalhista, reforma da previdência e Teto de Gastos);
  • o enfrentamento à crise climática com medidas para financiar a transição energética, defesa de um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia, desmatamento zero, garantia de direitos aos povos indígenas, tradicionais e quilombolas; e
  • a proposição de uma reforma tributária que diminua a taxação no consumo de bens essenciais e populares e foque na taxação de renda e propriedade, incluindo a criação de impostos dos super-ricos/bilionários.

De acordo com as resoluções, o PSOL tem como principal tarefa a derrota de Bolsonaro. Para isso, reconhece como necessária a unidade dos partidos de esquerda e a criação de um programa capaz de enfrentar a crise que o Brasil vive.

Economia

– Vencer as eleições é só o primeiro passo. Além disso, precisaremos de um programa que derrote, ao mesmo tempo, o neoliberalismo e a extrema-direita. Para ser implementado, esse programa enfrentará a resistência de setores poderosos, o que vai exigir disposição para o conflito e a mobilização popular -, afirma Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, que comporá a comissão de negociação junto com a deputada federal Talíria Petrone (RJ) e Guilherme Boulos (SP).

No dia 16 de fevereiro, às 10h, será feito, em Brasília, o ato “Direito ao futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil”, com coletiva de imprensa. Durante o evento serão lançados oficialmente os eixos programáticos e abertos os debates com a militância, o conjunto das esquerdas, representada pelos presidentes de partidos, e movimentos sociais sobre as medidas necessárias para a superação da crise no país.

Sobre a federação partidária

Durante a reunião da Executiva Nacional também foi aprovada uma resolução sobre federações, prorrogando em 15 dias as atividades do grupo de trabalho formado para debater a questão.

– Já estamos bem avançados nas conversas com a Rede, mas ainda há um importante caminho a ser percorrido, especialmente no que diz respeito à tática eleitoral nacional e nos estados -, disse Medeiros.

De acordo com o documento, o PSOL não abdica de ter, no âmbito da federação, uma definição comum sobre a eleição presidencial, preservando a soberana prerrogativa de cada partido para tomar definições complementares na orientação a seus filiados.

Em nota, Guilherme Boulos jura que é pré-candidato ao governo de São Paulo