Funcionários dos Correios decidem manter greve

via Folha.com

Os funcionários dos Correios vão iniciar a próxima semana em greve, uma vez que as negociações com a empresa continuam paralisadas.

Em assembleias realizadas nesta sexta-feira, 34 dos 35 sindicatos que representam a categoria decidiram manter a paralisação –a unidade de Uberaba (MG) é a única que não aderiu ao movimento.

A greve ganhou força nesta sexta-feira com a paralisação parcial do setor administrativo do prédio central da empresa, em Brasília. Segundo o sindicato local da categoria, toda a área de tecnologia também aderiu ao movimento, o que corresponde a 300 funcionários.

“Essa é a unidade que dá suporte para as agências do Brasil inteiro. Se houver algum problema, os atendentes vão precisar fazer todos os procedimentos manualmente”, disse a presidente do sindicato de Brasília, Amanda Corcino.

Todos os sindicatos vão realizar novas assembleias na tarde de segunda-feira, mas a previsão é que a greve continue. Isso porque as negociações não avançaram desde então, já que os funcionários querem debater ainda em greve.

Economia

“Se eu não tiver uma proposta para apresentar nas assembleias na segunda-feira, a greve vai continuar”, disse o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), que reúne os sindicatos da categoria, José Rivaldo da Silva.

Os Correios mantêm a posição expressa anteriormente de só negociar após o fim da greve e afirmam que vão descontar o ponto dos funcionários faltantes. A direção da empresa deve se manifestar novamente no fim da tarde desta sexta, divulgando também um balanço do impacto da greve nos serviços.

Na noite de ontem, os Correios informaram que 40% de toda a carga que deveria ser entregue entre quarta e quinta-feira estava atrasada. Isso representa 28 milhões de objetos, de um total de 70 milhões previstos para esses dois dias.

A empresa afirmou que cerca de 30% dos funcionários estavam em greve em todo o país –o sindicato afirma que passa de 70%. A maior parte dos trabalhadores que pararam as atividades são carteiros, por isso o impacto na entrega. Foram suspensos desde quarta-feira os serviços de entrega com horário programado: Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta.

Além do impacto na entrega dos produtos, algumas agências também fecharam e deixaram de atender o público.