Coluna do Marcelo Araújo: Decreto sobre a indústria da multa de Curitiba foi revogado?

elefante
Em sua coluna desta terça-feira, Marcelo Araújo fala das idas e voltas da “indústria da multa” na Prefeitura de Curitiba. Marcelo cita o exemplo da recém instalada “área calma” no Centro da cidade, que já responde por 1/3 das autuações. Leia, ouça, comente e compartilhe.

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Marcelo Araújo*

Em 30/01/2013 o prefeito Gustavo Fruet (PDT) decretava, por seu então Secretário de Trânsito Joel Krüger, o fim da ‘Indústria da Multa’.

Era notória a relação de bigamia daquele secretário entre a Setran e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), e com o tempo o amor falou mais alto que a paixão de verão. Em seu lugar assume sua Superintendente, naquele tipo de sucessão no estilo já que só tem tu, fica tu mesmo, explicando assim como em Curitiba os elefantes sobem em árvores… alguém os coloca lá!

Quanto ao tal decreto de extinção da ‘Indústria de Multas’, teria sido ele revogado pela capivara ou por quem a colocou lá?

Vejamos: Segundo ofício (abaixo) encaminhado ao Vereador Prof. Galdino (PSDB) e também ao Presidente da Câmara, no qual o Prefeito corrobora na acusação contra mim por Difamação (e que merece responder por Denunciação Caluniosa), as autuações feitas por equipamentos eletrônicos em toda a cidade entre os meses de janeiro a julho de 2015 tiveram variação mensal entre 21 mil e 28 mil.

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Segundo notícia no site oficial da prefeitura, somente na área calma na segunda quinzena de novembro foram 4.083 autuações, ou seja, 1/3 do total mensal de toda a cidade. Essa informação é completada por outra que dá conta que isso significa que dos 310mil veículos que passam pelos cruzamentos da área calma apenas 0,09% foram autuados.

Essa informação me parece manipulada, no pressuposto lógico de que a maioria das pessoas não vai parar para raciocinar sobre tal informação, o blog Gazetona revende do jeito que compra, sem avaliar esses critérios, e o povo engole com pão. O objetivo dessa manipulação é fazer crer que o número de autuações foi ínfimo, mas está havendo a contagem de quantos cruzamentos um mesmo carro passou dentro da área calma, o que pode significar dezenas de passagens, porém de um único veículo, o qual pode ter recebido apenas uma autuação. Apenas com essa reflexão os percentuais saltariam assustadoramente. Igual contagem de fluxo na via se um mesmo carro fica circulando pela quadra, que significará várias passagens mas de apenas um veículo da frota.

Não foram divulgados os horários de maior incidência de autuações para que se verifique se são coincidentes com aqueles em que há maior número de acidentes, pois nos horários de pico naturalmente a velocidade é contida pelo volume de tráfego, quando o número de pedestres também é considerável, mas durante a noite e madrugada é o inverso.

Veja que em nenhum momento estou falando em ‘cotas’ para ser acusado de Difamador, pois cotas supõe limite de satisfação, e nesse caso o Céu é o limite. Ainda mais se somadas as planilhas de controle de autuações individuais e os relatórios que precisam ser passados por e-mail para a Secretária saber se os agentes estão trabalhando bem, ou seja, autuando bem.

De multa eu entendo!

Feliz ano novo a todos os leitores e ouvintes da minha coluna, obrigado pelo prestígio!

*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas terças-feiras para o Blog do Esmael.

A seguir, o ofício do prefeito Gustavo Fruet sobre as multas. 

http://www.esmaelmorais.com.br/wp-content/uploads/2015/12/565.pdf

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