A CPI da Pandemia prometeu analisar na sessão de hoje (05/10) requerimento pedindo a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar suas contas em paraísos fiscais do Caribe. Guedes ganhou dinheiro na pandemia enquanto os brasileiros padeciam pela carestia, pela falta ou limitação de auxílio emergencial, pelo atraso na vacinação, etc., segundo reportagem “Pandora Papers” de um consórcio internacional de veículos de comunicação. Parceiro do Blog do Esmael, o site Metrópoles é um dos portais envolvidos na investigação.
Antes de iniciar a oitiva desta terça-feira, a partir das 10h, a comissão de investigação deverá realizar uma reunião administrativa para analisar os requerimentos –como esse de convocação de Paulo Guedes. O Blog do Esmael transmite ao vivo sessão da CPI da Covid para o Brasil e o mundo.
“Iremos convocar o Ministro e o Presidente do BC para se explicarem ao Senado, além de apresentar notícia-crime ao STF”, disse ontem (04/10) o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI. “Para o povo, a alta do dólar representa tudo mais caro. Para Paulo Guedes, representa lucro milionário de sua empresa no exterior”, criticou.
As peripécias de Paulo Guedes no governo Bolsonaro são melhores guardadas pela velha mídia corporativa do que foram os Segredos de Fátima, cujas as três revelações já vieram a público.
No entanto, a CPI sabe o que Guedes e outros membros do governo fizeram no verão passado. Resta saber se haverá colhões para revelar ao País.
Segundo o Pandora Papers, o ministro Paulo Guedes tem offshore de 9 milhões de dólares em paraíso fiscal –cerca de R$ 51 milhões– embora o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíba funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de ser afetadas por políticas governamentais.
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Sobre o Pandora Papers
O Pandora Papers é a maior investigação jornalística mundial sobre as offshores e foi realizada a partir de 11,5 milhões de documentos relacionados a milhares de empresas abertas em paraísos fiscais, por poderosos de diferentes esferas. Dos ministros Paulo Guedes e Roberto Campos Neto a grandes empresários, como os sócios da Prevent Senior, da MRV Engenharia e da Riachuelo, a lista inclui ainda bolsonaristas, como Luciano Hang, dono das lojas Havan, 300 políticos e autoridades de mais de 90 países.
Coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), a iniciativa reuniu 600 jornalistas, espalhados por 117 nações.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.