Contra a privatização, eletricitários do Norte e Nordeste preparam greve de 48h

Cerca de 6.500 eletricitário e mais de 4 mil trabalhadores terceirizados das distribuidoras de energia dos estados de Alagoas, Acre, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima vão paralisar suas atividades a partir das 6h da manhã do dia 25 deste mês.

O protesto de 48 horas é contra a privatização das empresas pretendida pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP). No próximo dia 26, está marcado o leilão da Companhia Energética do Piauí (Cepisa). Já a entrega das demais distribuidoras está prevista para ocorrer no próximo dia 30 de agosto, conforme divulgado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Segundo Nailor Gato, vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e presidente do Sindicato dos Urbanitários de Rondônia (Sindur/RO), a mobilização dos trabalhadores abrange os seis estados em que estão as distribuidoras que têm data marcada para serem leiloadas.

“Vamos para a porta das empresas a partir das 6h da manhã com o apoio de movimentos populares e da população, que tem a compreensão de que quem vai pagar a conta da privatização é ela, em especial os mais pobres”, explica.

As distribuidoras podem ser vendidas por apenas R$ 50 mil cada uma e as dívidas acumuladas de R$ 11 bilhões não serão arcadas pelas eventuais empresas vencedoras dos leilões, mas sim pelo governo, que pagará com o dinheiro do contribuinte.

Economia

Além do valor irrisório a ser arrecadado com a venda das distribuidoras de energia e do perdão da dívida bilionária, que sairá do bolso de cada cidadão brasileiro, os sindicalistas do setor estão preocupados com a perda de milhares de postos de trabalho e com o aumento extraordinário no valor das contas de luz, que a população não terá condições de pagar.

Segundo Nailor, a mobilização, além de dizer um basta às privatizações, também tem o objetivo de pressionar os senadores dos estados para que votem contra o Regime de Urgência do Projeto de Lei nº 77, em tramitação no Congresso Nacional, que aprova a venda das estatais da Amazônia.

*Com informações da FNU/CUT